A Indústrias Colin, de Joinville, chega neste domingo, dia 15, a cem anos de atividades. Fundada pelos irmãos Max e Otto Colin, a empresa produz fitas para indústrias de variados segmentos. Fabrica fitas até para lutadores de MMA, um novo nicho que vem crescendo no rastro da visibilidade que a transmissão das lutas dão. Colin é um sobrenome que se confunde com a história política e administrativa de Joinville do século passado. Atualmente, a empresa está sob comando da quarta geração e aposta em expansão de 15% em 2014.
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A atual diretora-presidente é Adriane Colin Batista, que trabalha há 25 anos na companhia. A executiva é graduada em administração de empresas pela Furj/Univille e fez MBA em gestão empresarial pela FGV. Ela atuou em todas as áreas e, desde 2007, comanda a companhia. A diretora administrativa é Keith Colin que, com Adriane, divide a gestão do negócio.
O COMEÇO
A Indústrias Colin surgiu em 15 de dezembro de 1913 com os irmãos Otto e Max Colin. Fabricava fitas para comércio para numeração de peças de roupas e etiquetas tecidas. No período das duas grandes guerras (1914-1918 e 1939-1945), chegou a produzir para o Exército e para a Marinha, aproveitando nicho específico daqueles momentos históricos.
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HISTÓRIA
– Em 1913, as mercadorias iam por carroça até a estação ferroviária de Joinville. De lá, seguiam até o Porto de São Francisco do Sul e, então, eram distribuídas para os clientes. A Indústrias Colin participou da exposição do centenário da cidade, em 9 de março de 1951. Em 1973, a fábrica, que ficava na esquina da atual avenida JK com a rua Nove de Março (onde há uma loja da rede Magazine Luiza), foi desapropriada. E, em 1975, fomos para o endereço atual, na avenida Santos Dumont, com apoio e financiamento do BRDE. Em 1987, a Indústrias Colin participou do primeiro leilão industrial do Carstens Leiloeiro.
ETAPA SEGUINTE
– Quando a Segunda Guerra Mundial acabou, nos anos 50, o processo de industrialização no Brasil nascente abriu as portas para a evolução dos negócios da companhia. O momento seguinte foi nos anos 60. Aí, saímos do mercado exclusivamente do comércio e passamos a vender, também, para a indústria de itens técnicos e de transformação.
EMPREGOS
– A Indústrias Colin tem 90 funcionários, opera em três turnos e ocupa terreno de 71 mil m². Sua área construída é de 5 mil m². Entre seus clientes estão a Weg, ABB, Siemens, Toshiba e Alstom. Na indústria de colchões, os principais clientes estão no Nordeste. Atendemos a todo o País e também Argentina e Chile. As exportações representam menos de 4% do total.
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PIORES MOMENTOS
– O pior momento, certamente, foi a enchente de 1995, quando a barragem rompeu e a fábrica foi completamente inundada. As máquinas ficaram embaixo da água. Demoramos 15 dias para reiniciar a produção. Outro momento dramático foi o da crise econômica de 2009. Os efeitos foram drásticos, com queda de mais de 50% na produção por longos meses. O Plano Collor, em 1990, também foi muito ruim. Das 60 máquinas de então, restou uma.
MELHOR MOMENTO
– É o atual. Estamos abrindo mercados e temos novos projetos. As vendas para o setor de colchões representam 25% do faturamento. Participamos de feiras e temos vendedores internos, que fazem negócios por telefone. A empresa fatura R$ 8 milhões por ano. A previsão é expandir 15% em 2014 na comparação com o alcançado neste ano, quando já crescemos 12%. Produzimos fitas de diferentes tipos e tamanhos para atender a demandas variadas.
PROBLEMAS
– É muito difícil encontrar gente qualificada para trabalhar. Identificamos o que todos percebem: os mais jovens, a geração Y, não têm comprometimento. Mas este não é o único problema. Concorrência desleal, carga tributária elevada e despreocupação do governo em apoiar quem produz também afetam nossas atividades.
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PRODUÇÃO
– A Indústrias Colin é tipicamente de gestão familiar. Estamos na quarta geração e nunca pensamos em vender a companhia. A fábrica tem capacidade para produzir 12 milhões de metros lineares de fitas por mês. Optamos, mais recentemente, por fabricar fitas customizadas, com largura, espessura, cor e tamanhos de acordo com o desejado pelos clientes.
ANOS 2000
– Este foi um novo momento, com mais um movimento na direção da diversificação de mercados. Entramos no ramo para produzir fitas para as fábricas de brindes e crachás. É exatamente esta nossa adaptabilidade às necessidades e exigências dos diferentes mercados que explica a nossa trajetória centenária. Agora, nossos últimos lançamentos são bandagens utilizadas por lutadores de MMA.
PRÓXIMAS DÉCADAS
– A década de 70 nos proporcionou a chance de entrar no segmento da indústria automobilística, atendendo a necessidades das montadoras. Fabricamos fitas para cintos de segurança, por exemplo. Na década seguinte, ganhamos fatia do mercado das indústrias de colchões, moveleira e do segmento de isolamentos.
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