A indústria de Santa Catarina elencou 12 obras e ações como prioridade na área da infraestrutura para o Estado em 2022. Os investimentos cobrados pelo setor para o próximo ano somam R$ 1,6 bilhão, na soma do governo federal com o estadual.
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As prioridades para SC foram definidas na Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense, lançada nesta segunda-feira (6), em Florianópolis.
O trabalho foi coordenado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e apresentado em evento com a presença de lideranças empresariais, deputados catarinenses e membros do Ministério da Infraestrutura.
O anúncio ocorreu no dia em que o governo Bolsonaro cortou R$ 40 milhões do orçamento de duas rodovias de SC, como mostrou o colunista do Santa, Evandro de Assis.
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O documento apresentado nesta segunda prevê que o Estado tem demanda por R$ 18,5 bilhões de investimentos em infraestrutura até 2025. O valor total soma ações de responsabilidade do governo federal, estadual, municípios e também da iniciativa privada, com possíveis parcerias e concessões.
As rodovias devem responder pela maior necessidade de investimento, com R$ 14,4 bilhões. São ações como a sequência da duplicação da BR-470 e melhorias como marginais e acessos no trecho Norte da BR-101, na região de Itajaí e Balneário Camboriú.
Além disso, porém, o setor industrial também cobra investimentos para escoamento de produção em outros modais de transporte, como o ferroviário (R$ 928,7 milhões), aeroviário (R$ 1,28 bilhão), dutoviário (R$ 400 milhões) e aquaviário (R$ 1,5 bilhão).
Agenda prevê 12 obras prioritárias para 2022
Algumas obras são consideradas mais urgentes. A agenda apresentada pela Fiesc lista uma série de obras e ações que são prioridade para o Estado já em 2022 (confira abaixo).
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Entre essas prioridades estão obras de responsabilidade federal, como a duplicação das rodovias BR-470 e BR-280, a adequação de capacidade da BR-163 e BR-282, e melhorias na BR-285, além de intervenções na estrutura de dois portos.
Já entre as ações de atribuição estadual estão basicamente a manutenção de rodovias, a garantia dos recursos repassados à União para as rodovias federais, e obras do programa Novos Rumos, que prevê revitalizações com melhorias em pelo menos nove SCs.
A Fiesc lista ainda como prioridade obras como a construção de marginais e melhorias nos acessos do trecho Norte da BR-101, na região de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú.
As ações seriam feitas pela atual concessionária da rodovia, mas ainda precisa de aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), já que não estavam previstas originalmente na concessão. O investimento estimado é de R$ 430 milhões.
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Ferrovias também integram lista de prioridades para SC
Como planejamento de mais longo prazo, a agenda da indústria de SC traz também obras e projetos considerados fundamentais para alcançar uma infraestrutura que permita ao setor continuar sendo produtivo.
São esses investimentos para o período de quatro anos que somam R$ 18,5 bilhões. A maior parte desse valor ficaria sob responsabilidade do governo federal (R$ 5,6 bilhões) e da iniciativa privada (R$ 8,7 bilhões).
Um dos pontos de destaque do planejamento de longo prazo são as ferrovias, consideradas importantes para o transporte de insumos e também de cargas com valor agregado de indústrias catarinenses.
O diretor de política e planejamento integrado da secretaria de fomento, planejamento e parcerias do Ministério da Infraestrutura, Tito Lívio Pereira, que participou da apresentação da Fiesc, afirmou que a pasta estuda detalhes da viabilidade econômica das ferrovias para SC.
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A entidade das indústrias defende o chamado Complexo Ferroviário Catarinense. Ele contempla a ligação Leste-Oeste, importante para indústrias de várias regiões, como o Oeste, acessarem os portos de SC, e também a Ferrovia Litorânea, que poderia interligar os complexos portuários.
Durante o encontro, lideranças ressaltaram que o Estado tem um dos maiores complexos portuários da América Latina, mas manifestaram preocupação com investimento na infraestrutura para esses portos feitos no Paraná, que poderiam levar parte da produção catarinense para deslocamento pelo porto paranaense.
– Estamos pedindo que se atualizem os estudos de viabilidade técnica antigos, considerando as cargas de valor agregado e os dados que consolidam SC como grande movimentador de carga. As ferrovias têm viabilidade socioeconômica – defende o executivo da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Egídio Martorano.
Além das ferrovias, a agenda da indústria de SC também contempla novos investimentos para obras da BR-470 e BR-280 e também concessão de dois portos.
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Veja a lista de obras prioritárias para SC em 2022
Obras e investimentos federais
BR-163: Continuidade das obras de adequação da capacidade.
Valor: R$ 56,8 milhões.
BR-470: Continuidade das obras de duplicação.
Valor: R$ 250 milhões.
BR-280: Continuidade das obras de duplicação.
Valor: R$ 225 milhões.
BR-282: Obras de adequação da capacidade entre Chapecó e São Miguel do Oeste.
Valor: R$ 26,4 milhões.
BR-285: Continuidade das obras de implantação e pavimentação.
Valor: R$ 36 milhões.
Conservação, restauração e manutenção das rodovias federais (Crema): BRs 470, 280, 282, 153, 158, 163, 480.
Valor: R$ 400 milhões.
Bacia de Evolução e Canal de Acesso Complexo Portuário Rio Itajaí
Valor: R$ 62,5 milhões.
Aprofundamento do Canal Externo Complexo Portuário Baía da Babitonga
Valor: R$ 70 milhões.
Valor total estimado de obras federais: R$ 1,1 bilhão
Obras e investimentos estaduais
Conservação preventiva e rotineira das rodovias estaduais.
Valor: R$ 200 milhões (valor mínimo de R$ 120 milhões/ano)
Investimentos do programa Novos Rumos: SCs 110, 108 (Norte e Sul), 120, 135, 283, 290, 350, 416 e 417.
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Valor: a definir
Garantir os investimentos nas rodovias federais (BRs 470, 280, 163 e 285).
Valor: R$ 465 milhões.
Valor total estimado de obras estaduais: R$ 585 milhões/ano
Investimentos da iniciativa privada
Concessão da BR-101 Norte: garantir os Investimentos para a Travessia de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú.
Valor: R$ 430 milhões.
Fonte: Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense, liderada pela Fiesc
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