A indústria brasileira de aves e suínos sentiu no primeiro trimestre os reflexos do custo de produção e da variação cambial. Com queda das exportações e aumento de oferta no mercado interno, a BRF, maior produtora do país, cortou em 5% o número de abates de aves e em 1% o de suínos neste ano.

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Luiz Adalberto Stabile Benício, diretor de Agropecuária da BRF, falou sobre a redução ontem, durante a 14a edição da AveSui – Feira da Indústria Latino-americana de Aves e Suínos, em Florianópolis.

– O custo Brasil está subindo e afeta toda a cadeia, inclusive produtores integrados – afirmou.

Como o mercado é pulverizado, mesmo com a redução na BRF, a expectativa de Benício é que produção brasileira cresça 3% em 2014.

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Apesar de um começo de ano ruim para as exportações de aves – de janeiro a março as vendas tiveram queda de 11,6% em receita – o setor sentiu recuperação em abril. No quarto mês do ano, o Brasil exportou 3,7% a mais do que no mesmo mês de 2013. Com a carne suína, que teve queda de 8% no primeiro trimestre, abril apresentou avanço de mais de 19% sobre 2013.

Adolfo Fontes, analista sênior de Proteína Animal do Banco Rabobank International do Brasil, afirma que a produção de frango deve crescer impulsionada pela alta do preço da carne bovina e exportação para a China, que deve aumentar devido ao crescimento da classe média no país.

O setor vê oportunidades no mercado internacional com os efeitos do vírus da diarreia epidêmica suína (PEDV), que atingiu principalmente os EUA. Ele deve representar uma queda de 7% na produção de suínosnorte-americana em 2014.

– Se o PEDV atingir o México e Canadá deve gerar a perda de 18 milhões de suínos até 2015 – diz Fontes.

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O vírus não atinge humanos e os produtores devem evitar visitantes de países infectados.