Um relógio antigo enfeita um dos ambientes na sede administrativa da Condor, em São Bento do Sul. É um emblema do tempo, a demonstrar que as horas passam e a empresa permanece ativa e em expansão, há 85 anos.

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Na conversa de 56 minutos com o diretor-geral, Alexandre Wiggers, de 42 anos, prevaleceu a informalidade de um executivo que fez toda sua carreira dentro da mesma companhia – começou em 1988 e foi diretor administrativo e financeiro entre 2010 e 2012.

Nos últimos cinco anos, a Condor investiu R$ 153 milhões. Em 2014, vai aplicar mais de R$ 20 milhões na área comercial. Produz 150 milhões de peças por ano.

Além de executivo da Condor, Wiggers é vice-presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul. É formado em ciências contábeis pela Univille, em 1995, e pós-graduado em finanças empresariais pela FGV, em 1997.

Também tem MBA em controladoria e finanças pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em 2004, e é especialista em governança corporativa pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em 2011.

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O COMEÇO

– A Condor começou por impulso do empreendedor Augusto Klimmek, que saiu do clima de Joinville e veio para São Bento do Sul. Ele fundou o negócio em 1º de julho de 1929. A importação da primeira máquina injetora de plástico, dos Estados Unidos, aconteceu em 1946 e possibilitou a criação de novas linhas de produtos. A empresa tem capital 100% brasileiro e ocupa 41 mil m² de área construída. Produz itens de higiene, beleza, limpeza e pintura.

ANTIDUMPING

– A Condor pediu medidas antidumping contra fabricantes chineses no segmento de escovas de cabelo. Detemos 35% do mercado. Os importadores, que trazem produtos da China e da Coreia, respondem por 65%. Então, precisamos de tecnologia para produzir mais barato. Compramos matéria-prima da China e da Coreia, sim. O acabamento é feito aqui. Não conseguimos ser tão baratos como os asiáticos.

CONTROLE

– Quatro famílias dominam 97% do controle da empresa. A Condor tem conselho de administração com sete integrantes: três externos e quatro das famílias. A profissionalização começou em 1996.

REGIONALIZAÇÃO

– Dividimos geograficamente o atendimento. O Estado de São Paulo é um mercado à parte. A região Nordeste é outro. As regiões Sul e Centro-norte completam nosso alcance.

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FASES

– A Condor se desenvolveu porque não havia produto do gênero naquela época. A empresa atravessou a Segunda Guerra e teve mais dificuldades na década de 60. Na década seguinte, precisou melhorar tecnologias e, por causa da grande competição, reinventou seu processo de produção. Ganhou espaço nos mercados nos anos 80, mas nos anos 90 enfrentou uma grave crise. Foi um período de demissões, uma realidade comum a muitas companhias.

INVESTIMENTOS

– Nos últimos cinco anos, a Condor investiu R$ 153 milhões. Desse total, 60% foram voltados a ações comerciais. O restante foi aplicado na ampliação e na modernização da área industrial. Para 2014, vamos aplicar mais de R$ 20 milhões, com foco nos pontos de venda.

AMBIENTAL

– O projeto de reciclagem de garrafas pet aproveita 100% do material na produção industrial. Mensalmente, mais de 60 toneladas de garrafas pet, que representam 1,2 milhão de unidades, são processadas. Depois de granuladas, elas são utilizadas na fabricação de cerdas para vassouras.

LUCRATIVIDADE

– Nos últimos cinco anos, a Condor vem registrando um crescimento anual médio de dois dígitos e uma lucratividade três vezes superior à elevação da receita. Neste ano, a empresa projeta crescimento de 14% sobre o faturamento de 2013, que alcançou R$ 302,5 milhões. Empregamos 1,5 mil profissionais.

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PRODUÇÃO

– A produção (volume físico) é de 150 milhões de peças por ano nos quatro nichos de mercado nos quais a empresa atua. A previsão, para este ano, é aumentar o volume em 7%. Em dinheiro, a meta é elevar as receitas em 14%, com recuperação de preços. Em 2013, houve forte impacto das matérias-primas, que subiram até 20%.

PEQUENOS VAREJISTAS

– Atualmente, a reinvenção é no campo comercial, com mudanças nos canais de venda e na estruturação de distribuidores. De quatro anos para cá, estamos atendendo, também, a pequenos varejistas. Esta iniciativa ajuda a ganhar mercados. A Condor tem 52 distribuidores, que estão em todos os Estados brasileiros.

RENOVAÇÃO

– A Condor produz mais de mil itens. O lançamento de uma coleção de produtos para o banho, na linha de beleza, e de panos e esponjas, na linha de limpeza, é exemplo de novos negócios. Há mais de 100 mil pontos de venda. Exportamos para mais de 30 países.

PARTICIPAÇÃO

– A Condor é a terceira maior em volume e a quarta em faturamento no setor de higiene. No segmento de beleza (escovas penteadoras), é líder nacional. Também lidera no seu maior negócio, o de limpeza (escovas de lavar). Em vassouras, é a segunda do ranking, perto da líder. E no setor de pintura, divide a liderança com a Tigre. Em tintas imobiliárias, é a terceira.

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2015

– A prioridade da companhia é no negócio de limpeza, que vai carregar os outros produtos. A previsão de investimentos é de R$ 13 milhões no próximo ano. Nos últimos cinco anos, a Condor aplicou R$ 62,5 milhões só na fábrica.