A indústria catarinense viveu um ano ruim mas está confiante em boa recuperação em 2013, aponta relatório divulgado nesta quinta-feira pela Fiesc. Com dados acumulados de janeiro a outubro, a produção das indústrias de SC apresenta queda de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, o que indica que o resultado dos 12 meses também deve fechar no vermelho.

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As empresas do Estado acompanham o cenário nacional. O ano de 2012 registrou condições de atividade industrial relativamente fracas, tanto nos países emergentes quanto nos desenvolvidos. No Brasil as diversas ações governamentais implementadas com o objetivo de estimular a produção industrial não tiveram os efeitos esperados. O PIB do país cresceu apenas 0,7% até setembro em relação a 2011.

Em Santa Catarina, embora vários indicadores tenham apresentado crescimento, o desempenho da indústria ficou abaixo do desejado principalmente em termos de produção e comércio internacional. Na produção industrial do Estado, as principais quedas ocorreram em máquinas, aparelhos e materiais elétricos e veículos automotores. Já o destaque positivo ficou por conta da produção da linha branca, favorecida pelo desconto do IPI.

Em termos de emprego, a indústria de transformação catarinense foi a 3ª maior geradora de postos de trabalho em 2012 comparando com outros estados, com a abertura de 31.691 mil vagas até outubro. Todos os segmentos de atividade industrial apresentaram aumento, com exceção de material de transporte. A indústria de transformação de SC foi responsável por 37% dos empregos gerados no estado em 2012 até outubro. Apesar do aumento do emprego no ano, o ritmo das admissões em nossa indústria de transformação foi perdendo força mês a mês.

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As vendas industriais de SC registraram crescimento de 8,8% até outubro na comparação com o mesmo período de 2011. O maior crescimento ocorreu em máquinas e equipamentos (linha branca) e principal declínio em produtos de metal voltados a autopeças.

Balança comercial

Além da queda na produção, o desempenho no comércio exterior. Os números de 2012, considerando o acumulado de janeiro a novembro, foram negativos, refletindo o cenário externo de crise na Europa e barreiras impostas pela Argentina.

As exportações caíram 0,5% de janeiro em relação a 2011. Ocorreu queda das vendas para a Argentina (-10%), para o Japão (-26%), para a Alemanha (-13%) e para os Países Baixos/Holanda (-10,5%).

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As importações também recuaram em 2012, ficando 0,9% abaixo dos valores observados em 2011 até novembro. SC importou menos da Argentina (-13%), dos EUA (-12%), do Peru (-28%) e do Chile (-5%). Em 2011, até novembro, as exportações catarinenses haviam crescido 20% e as importações 25%.

A balança comercial de Santa Catarina (exportações menos importações) apresentou saldo negativo pelo quarto ano consecutivo, resultado de US$ 8,2 bilhões exportados e US$ 13,4 bilhões importados.

Expectativa para 2013

A previsão do setor é de que o desempenho da indústria em 2013 deverá ser superior ao desempenho de 2012, mas ficará vinculado aos efeitos das políticas expansionistas adotadas pelo governo federal. Em um cenário otimista, a CNI projeta a expansão do PIB nacional em 4% para 2013 e o PIB industrial em 4,1%. A construção deverá crescer 5%, os investimentos 7% e o consumo das famílias 3,8%.

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O maior crescimento em 2013 dependerá do ganho de competitividade da indústria e estímulos aos investimentos. A redução das tarifas de energia elétrica, a desoneração da folha de pagamento, as concessões das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos e os juros em patamares baixos são fatores positivos.

A indústria catarinense deverá apresentar maior crescimento da produção em 2013, segundo relatório da Fiesc. A indústria alimentar, que registrou baixo crescimento em 2012 devido a pressões de custos e retração do mercado, recompõe margens e investe em aumento de produção. A indústria metalmecânica mantêm-se aquecida pelas medidas que estimulam a demanda de bens de consumo duráveis. A produção de produtos intermediários, como os da indústria de papel e celulose, indica aquecimento da atividade econômica nos próximos meses.

Além disso, as medidas de estímulo à construção civil, recentemente anunciadas pelo governo federal, tendem a beneficiar os produtores da indústria de minerais não metálicos.

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Os investimentos anunciados em 2012, sobretudo os relacionados ao aumento de produção da cadeia automobilística, juntamente com as medidas fiscais e creditícias, sinalizam perspectivas positivas para o desempenho econômico da indústria no próximo ano, tanto em termos de emprego quanto de produção.