Cerca de 80 índios xokleng acampam no terreno da Barragem Norte, que faz a contenção do Rio Hercílio, em José Boiteux, Alto Vale do Itajaí. De acordo com a cacique-presidente Cíntia, da Terra Indígena Laklãnõ _ que se distribui entre Vítor Meireles, José Boiteux, Doutor Pedrinho e Itaiópolis _, o grupo organiza manifestação para pedir por uma solução para os alagamentos na área.
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Cíntia explica que sete das oito aldeias xokleng na região foram alagadas, sendo que duas ficaram completamente submersas. Na tarde desta terça-feira, os Bombeiros de Ibirama auxiliavam a cacique no envio de suprimentos para as famílias isoladas. Cíntia assegura que não houve invasão da Barragem Oeste, mas informa que a manifestação deve ganhar novos adeptos, incluindo de não indígenas, nesta quarta-feira.
>> Confira informações sobre as barragens do Vale do Itajaí
A Fundação Nacional do Índio (Funai) está mediando o diálogo entre os xokleng, o Estado de Santa Catarina e o Ministério da Integração para resolver essa questão e a assessoria de comunicação do órgão acrescenta que os “xokleng pedem o cumprimento de medidas compensatórias por parte da Barragem para evitar novos alagamentos da terra indígena”.
O diretor de Respostas aos Desastres da Secretaria de Estado da Defesa Civil, James Rides da Silva, argumenta que as casas atingidas ficam na área de alagamento da Barragem Norte. Ainda que o volume de água nunca tenha atingido a altura deste fim de semana, quando ultrapassou os 50 metros de altura, as casas dos xokleng foram erguidas dentro da área alagável.
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A barragem tem 58,5 metros de altura e quase verteu com as chuvas deste final de semana. Silva observa que os xokleng não deixaram um técnico da Defesa Civil vistoriar o local nesta segunda-feira. Mas ainda assim, foram encaminhadas 110 cestas básicas e 100 kits de acomodação, para prevenção do frio que chegará ao estado. Silva assegura que os indígenas já foram indenizados pelo alagamento das terras.