Quase um mês após a fundação Nacional do Índio (Funai) estabelecer contato com um grupo de indígenas isolados da Amazônia, o órgão informou que eles contraíram gripe e foram tratados.

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Antropólogos da fundação e do Governo do Acre acompanhavam a tribo com auxílio do povo indígina Ashaninka e estabeleceram contato de forma pacífica pela primeira vez no dia 26 de junho, na Aldeia Simpatia, da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Rio Envira, no Acre.

O grupo de índios isolados contraiu gripe e se deslocou junto com a equipe para a Base de Proteção Etnoambiental Xinane, onde foi possível realizar o atendimento médico. Após a conclusão do tratamento, os indígenas retornaram para suas malocas, onde estão os demais integrantes de seu povo. De acordo com informações dos intérpretes que integram a equipe da Funai, os índios pertencem a um subgrupo do tronco linguístico Pano.

Nos diálogos com o grupo indígena por meio dos intérpretes, eles relataram que sofreram atos de violência praticados por não índios nas cabeceiras do rio Envira, que se localiza em território Peruano. Por tratar-se da região de fronteira Brasil-Peru e diante destes relatos, a principal suspeita é de que tenham sito madeireiros ilegais ou narcotraficantes – e possivelmente neste momento tenham contraído o vírus.

A gripe é extremamente perigosa para povos isolados, pois não criaram imunidade ao vírus. Se não fossem tratados antes de voltar à sua comunidade, poderiam dizimar toda a tribo.

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Por meio de nota, a Funai informou que colocou em ação um plano de contigência para auxiliar os índios. “As equipes da Funai e do Ministério da Saúde retornarão à área no próximo mês para vacinar contra a gripe o maior número possível de indígenas desse grupo”.