Entre o horror e a indignação, os guatemaltecos pedem “justiça” e que se investigue a morte de 33 adolescentes, todas mulheres, em um incêndio em um abrigo de jovens após denúncias de abusos sexuais.

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“Como não perceberam para poder salvá-las a tempo se você consegue ver a fumaça imediatamente?” – disse à AFP, no necrotério da Cidade da Guatemala, o tio de uma menina de 15 anos de Jutiapa, cujo corpo foi identificado por teste de DNA.

A informação sobre o que ocorria neste abrigo para adolescentes, que depende do financiamento do governo, chega lentamente e é aterradora.

Segundo o último balanço, 33 jovens, entre 14 e 17 anos, morreram no incêndio registrado na manhã de quarta-feira no Lar Seguro Virgem de Assunção, em San José Pínula, a 10 km da capital guatemalteca.

Lucas Nájera, de 76 anos, um vendedor de jornais e avô de uma menina de 14 anos ferida, ironizou: “se chama Lar Seguro, mas onde está a segurança? Segura é só a morte que as levou”.

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No incêndio morreram 19 jovens e as demais, em dois hospitais públicos. Acredita-se que tenha sido provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais e outras formas de violência, segundo uma das hipóteses cogitadas pela Procuradoria de Direitos Humanos.

Ainda restam 25 internas sobreviventes, das quais 12 se encontram em estado crítico, afirmaram fontes médicas.

O local abriga, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatadas das ruas, entre outros motivos.

O centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800.

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