Índios e apoiadores da causa indígena tentam retomar a posse do antigo Museu do Índio, de onde foram expulsos pela Polícia Militar (PM) no último dia 16. Eles estão em frente ao imóvel desde o final da tarde desta segunda-feira e pedem, por meio de um documento, o cumprimento de uma medida judicial da 7ª Vara Federal.

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O prédio está ocupado por 12 policiais do Batalhão de Choque, em cinco viaturas, que não permitem a entrada dos índios e dos simpatizantes da causa. O advogado do grupo, Arão da Providência, explicou que a medida visa a garantir o manejo da área aos índios.

– A ordem [judicial] é para os índios administrarem e gerirem o espaço. Eu já informei ao comando da Polícia Militar, ao Ministério Público e às 17ª e 18ª Delegacias de Polícia – disse ele.

Um dos líderes do grupo, Urutau Guajajara, disse que o objetivo é retomar o espaço para continuar as atividades que vinham sendo exercidas, como aulas de cantos, língua, artesanato e costumes indígenas.

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– O estado está dentro com o Choque em uma ação completamente ilegal. Vamos aguardar aqui do lado de fora. Se não vier uma decisão do governo, vamos entrar assim mesmo – disse Guajajara, que na última desocupação se recusou a sair, subiu em uma árvore e só saiu no dia seguinte.

O comandante do grupo de policiais responsável pelo local, tenente Paulo Alves, disse que a orientação é só permitir a entrada dos índios e dos simpatizantes se houver ordem por escrito, trazida por um oficial de Justiça. O governo do estado, depois de desistir da ideia de demolir o prédio centenário, pretende fazer no local um centro de referência indígena.