Ao menos 275 dos 300 indígenas refugiados da Aldeia Kondá, abrigados no ginásio de esportes de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, voltarão para casa no próximo domingo (23), conforme definiram juntos a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF).

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Segundo a Funai, 24 dessas famílias estão diretamente envolvidas no conflito — são líderes do movimento contrário ao do cacique — e, por isso, possuem prazo maior para que saiam do abrigo. O grupo pode escolher se direcionar para outras terras indígenas ou voltar para a aldeia com prazo máximo definido para a próxima quinta-feira. Enquanto isso, eles seguem abrigados no ginásio.

Realocados pelo município no último domingo, quando uma briga generalizada por disputa de poder incendiou casas e deixou um indígena morto e outros 13 feridos, os 300 indígenas estão há cinco dias no ginásio municipal. Segundo a prefeitura de Chapecó, alguns perderam as casas nos incêndios e outros deixaram o local por medo.

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Na quinta-feira (20), o MPF recomendou a volta da comunidade dentro do prazo de 72 horas a partir do sétimo dia de luto, visando “garantir a segurança alimentar, física e cultural” dentro da aldeia. O prazo foi acatado pela Funai que definiu a data limite para a volta no domingo.

Mesmo com o retorno dos indígenas para a aldeia, por enquanto, a tropa de choque da Polícia Militar vai permanecer no local por tempo indeterminado. A polícia se instalou nos arredores da Aldeia Kondá no início da semana para que os indígenas pudessem começar a voltar para casa. O fim do conflito está sendo intermediado por representante da Funai de Brasília.

Qual o motivo do conflito

Segundo a Funai, o conflito político tem relação com uma disputa de poder que dura mais de 30 dias. Coordenador regional do órgão, Adroaldo Antônio Fidelid disse que o caso envolve opositores do atual cacique.

Efésio Siqueira é o atual cacique e, ao g1 SC, ele afirmou que a oposição não reconhece o resultado das eleições do ano passado.

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— O que está acontecendo mesmo é que eles querem tomar o poder, que tenho dois anos ainda para cumprir. Daqui a dois anos, vai ter uma eleição de novo. É isso que eu quero que cumpra. E que a Justiça olhe para esses lados. O mais breve possível que os autores desse crime sejam… que a justiça seja feita para essas pessoas — declarou.

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