Lideranças indígenas ocupam deste terça-feira (28) o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Interior Sul, em São José, na Grande Florianópolis. Representantes dos três povos originários no Estado — Guarani, Kaingang e Xokleng — reivindicam a imediata indicação de Osana Gonçalves para coordenação do Dsei. O nome da Kaingang que mora no Oeste catarinense foi escolhido por uma comissão e encaminhado ao governo federal já durante o período de transição.

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Movimento semelhante ocorreu em outros dos mais de 34 Dsei em diferentes regiões do país. Em alguns desses a mobilização deu resultado e os nomes sugeridos foram aceitos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que faz parte da estrutura do Ministério da Saúde e respaldados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

— Não aceitamos indicações políticas, pois o nome de nossa parente foi tirado por uma comissão representativa dos indígenas do Estado. Precisamos que isso ocorra logo, pois a falta de um coordenador impacta no atendimento à saúde, como medicamentos e até mesmo combustível para transportar as pessoas para consultar fora das aldeias — explica Elizete Eliara Antunes, cacica da aldeia Yakã Porã, em Palhoça, e coordenadora da comissão Guarani Nhemongueta.

No Brasil, são 34 Dsei divididos estrategicamente por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. Os distritos não obedecem a limites dos estados. A estrutura de atendimento conta com unidades básicas de saúde indígenas, polo base e as Casas de Saúde Indígena (CASAI).

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Governador Jorginho Mello recebeu demandas

Na segunda-feira, lideranças estiveram com o governador Jorginho Mello, a secretária de Assistência Social, Mulher e Família, Alice Kuerten, e o secretário de Agricultura, Valdir Colatto. O encontro foi organizado em parceria com o Conselho Estadual dos Povos Indígenas (CEPIn/SC).

Entre as demandas estão apoio para aumentar a produtividade das plantações, microcrédito para financiar a produção agrícola das comunidades indígenas, reformas nas escolas e ginásios dentro dos territórios. A avaliação foi positiva:

— Queremos estar juntos. A gente trouxe pedidos que gostaríamos que o governador analisasse com carinho — defendeu Ari Neres, professor e liderança da Terra Indígena Xapecozinho, em Ipuaçu.

O governador se comprometeu em analisar e responder aos pedidos.

— O que der para fazer nós vamos responder e já colocar em prática. O que não der, vamos responder e explicar o porquê — prometeu Jorginho.

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