A Índia começará a exportar vacinas contra a Covid-19 nesta quarta-feira (20) para seis países, informou o ministério das Relações Exteriores do país. Os destinos das doses serão Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles. O Brasil ficou fora da lista.
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O Ministério das Relações Exteriores disse que a Índia fornecerá vacinas contra a Covid-19 aos países parceiros nas próximas semanas e meses, considerando a necessidade de cada um.
O primeiro-ministro Narenda Modi disse que a Índia está aguardando a confirmação das autorizações regulatórias necessárias para enviar as doses também ao Sri Lanka, Afeganistão e ilhas Maurício. No documento divulgado no site do ministério, esses são os únicos países na lista de futuros beneficiários.
— A Índia está profundamente honrada por ser um parceiro de longa data para atender às necessidades de saúde da comunidade global. O fornecimento de vacinas contra Covid para vários países começará amanhã e mais virão nos próximos dias —, escreveu Modi em uma rede social.
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A Índia recebeu pedidos de dezenas de países, incluindo apelos urgentes do Brasil, para iniciar as exportações da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com a farmacêutica Astrazeneca. As doses são produzidas pelo Instituto Serum, maior produtor mundial de vacinas.
O primeiro lote de exportações será enviado para o Butão nesta quarta-feira, mas a quantidade de doses não foi informada. Na quinta-feira (21), 2 milhões de doses serão despachadas para Bangladesh.
O Ministério das Relações Exteriores de Bangladesh confirmou os planos, afirmando que um voo especial da Índia desembarcará em Dhaka na quinta-feira. “Bangladesh receberá 2 milhões de doses da vacina contra Covid-19 Oxford-AstraZeneca da Índia como uma doação em 21 de janeiro”, disse em comunicado.
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Atraso na exportação da AstraZeneca para o Brasil
Na segunda-feira (18), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo brasileiro não recebeu até o momento uma “resposta positiva” a respeito de quando será enviada da Índia a remessa de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, mas que isso pode ocorrer nos próximos dias desta semana.
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Na semana passada, a negativa do governo da Índia em liberar as vacinas frustrou os planos da pasta, que contava com os imunizantes para o início da campanha de vacinação no Brasil.
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Um avião da Azul deveria buscar as doses e era esperado para retornar ao país até domingo. Contudo, a aeronave que iria ao país asiático buscar o produto nem chegou a decolar.
Fontes diplomáticas em Brasília confirmam à coluna de Jamil Chade, no UOL, que, por enquanto, não existe uma data confirmada para que a Índia possa fornecer os imunizantes ao Brasil. Uma parcela do governo de Nova Déli defende que vizinhos asiáticos sejam atendidos antes que qualquer outro país do mundo.
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No Instituto Serum, uma das previsões é de que o abastecimento ao Brasil poderia ocorrer apenas no início de fevereiro.
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Enquanto o Brasil ainda aguarda as doses da vacina vindas do país asiático, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu na segunda-feira o embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, para uma reunião no Palácio do Planalto.
Com o atraso, o Ministério da Saúde teve de recorrer à Coronavac para que os estados pudessem iniciar a vacinação. As duas vacinas — da AstraZeneca e a Coronavac — foram autorizadas no domingo pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial.