Duas empresas estão interessadas em assumir o transporte coletivo de Indaial, segundo o secretário de Planejamento do município, Fabiano dos Santos. Ele diz que assim que a prefeitura foi comunicada pela Expresso Presidente de que os ônibus não iriam mais circular a partir desta segunda-feira, (4) o governo buscou alternativas.

Continua depois da publicidade

> Clique aqui e receba notícias de Blumenau e região pelo WhatsApp

Santos não diz os nomes das empresas interessadas, mas afirma que ambas já atuam no Médio Vale do Itajaí. Uma delas, estaria em fase mais avançada para assumir o transporte coletivo e dependeria apenas de conseguir os 15 ônibus necessários para operar na cidade. De acordo com o secretário, no fim de semana a empresa tentou alugar os veículos em outras cidades de SC e em estados vizinhos, mas não conseguiu.

A expectativa é de que até quarta-feira (6) a prefeitura tenha uma definição.

Como Indaial chegou nessa situação? 

A Expresso Presidente foi contratada emergencialmente pela administração municipal em novembro de 2020. De lá para cá a prefeitura diz que fazia a renovação do contrato com a empresa a cada seis meses. O último vínculo encerrou há um mês e o governo garante que tinha planos de assinar uma nova prorrogação. Conforme o secretário, a prefeitura aguardava apenas mais dois orçamentos para cumprir uma exigência legal.

Continua depois da publicidade

O problema, segundo Santos, é que nenhuma nova empresa teria apresentado cotação, o que estaria provocando a demora na assinatura da renovação, e por isso a empresa Expresso Presidente estava operando sem contrato. Ele conta que essa não teria sido a primeira vez que isso ocorreu, mas a empresa sempre manteve o serviço. Porém, na última sexta-feira (1º) à tarde a prefeitura teria sido notificada da decisão da empresa de deixar de atuar na cidade a partir de segunda (4).

— A empresa tem o direito de não querer seguir prestando o serviço, mas não esperávamos que seria assim. Quem sabe se tivessem nos dado um prazo para encontrar outra alternativa — lamenta o secretário.

A Expresso Presidente aponta a demora na renovação do contrato como um dos fatores que levou ao fim das atividades em Indaial. A empresa cita ainda que tentou conversar com a prefeitura para chegar a uma solução, mas não teve retorno da Secretaria de Planejamento. 

Ônibus parados na garagem da empresa na cidade de Timbó
Ônibus parados na garagem da empresa na cidade de Timbó (Foto: Felipe Sales / NSC TV)

Falta de dinheiro no caixa

O governo municipal diz que cerca de 1,5 mil passageiros usam o transporte coletivo diariamente em Indaial. Deste total, não chegaria a 150 o número que paga a passagem integral, de R$ 4,25. O restante teria gratuidade e a maior parte seria estudante. De acordo com Santos, cerca de 1,1 mil são alunos que têm benefício no vale-transporte.

Continua depois da publicidade

O cenário estaria deixando a conta muito cara para a Expresso Presidente, que já teria manifestado preocupação também quanto a isso. A prefeitura alega entender a situação, mas também reforça que tem feito aportes mensais de R$ 300 mil. 

Argumenta ainda que tem pago a empresa antes do prazo máximo estipulado por lei, que é de 90 dias após a prestação do serviço, porém em maio a empresa não teria conseguido apresentar a Certidão Negativa de Débito (CND), o que impediu o aporte. Esse débito, segundo a Expresso Presidente, é de R$ 411 mil, e a falta de pagamento seria mais um fator que levou ao término das atividades. 

Além desse valor, o governo precisa pagar à empresa o valor referente ao tempo de ônibus rodaram sem contrato. O montante ainda é apurado. 

E os alunos, como ficam?

Os alunos que não conseguirem carona para ir à escola terão as faltas abonadas, garante o secretário de Educação de Indaial, Márcio Selhorst. De acordo com o gestor, será oferecido suporte pedagógico aos estudantes para minimizar os impactos.

Continua depois da publicidade

Funcionários sem informação

Na manhã desta segunda-feira (4) a equipe da NSC TV encontrou motoristas da empresa na rodoviária de Indaial. O que ouviu deles é que no último sábado (2) souberam que a empresa não iria mais atuar na cidade. Entretanto, não sabiam como ficaria a situação deles quanto ao pagamento de direitos trabalhistas.

A prefeitura diz que parte do acordo para que a nova empresa seja contratada é de que ela absorva essa mão de obra de cerca de 20 profissionais.

Leia também

BR-470 é a rodovia federal de SC com mais acidentes por causa de buraco

Três dos quatro helicópteros Águia da PM deixaram de voar em SC