As incertezas sobre a formação do fenômeno La Niña trazem expectativa de dias quentes para Santa Catarina no próximo trimestre. Isso significa, no geral, temperatura acima da média e chuvas irregulares entre novembro e janeiro, divulgou o Fórum Climático, grupo de meteorologistas de diferentes instituições do Estado que se reúne mensalmente para fazer a previsão trimestral. Ao que tudo indica, então, a transição da primavera para o verão terá as características esperadas para as estações, sem grandes “desvios” de padrão.

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A atualização ocorre porque, contrariando o que se viu nas últimas vezes que o La Niña ocorreu, o período de neutralidade deve se estender mais, durando até o começo de 2025. Além de atrasado, o fenômeno provavelmente será fraco e de curta duração. Isso se houver a formação, que pode não acontecer. Por enquanto, porém, há 60% de chance de o La Niña “chegar”, ainda que apenas no próximo ano, prevê a norte-americana NOAA, principal agência que monitora o assunto.

O La Niña é um fenômeno atmosférico-oceânico que consiste no resfriamento das águas de uma parte do Oceano Pacífico, o que influencia diretamente no padrão da precipitação no Sul do Brasil. Em Santa Catarina, por exemplo, a alteração significa menos chuva. O aquecimento, chamado de El Niño, faz o contrário e aumenta o volume de precipitação. Entre um e outro há o período de neutralidade, quando a temperatura da água no Pacífico fica dentro do normal.

É neste momento que o oceano está. A temperatura segue em queda, mas lentamente, o que faz com que o resfriamento não seja suficiente para configurar um La Niña. Com essa realidade de que em curto prazo o planeta não terá a influência do fenômeno, um dos mais importantes na interferência da formação de chuvas, os meteorologistas esperam o que a climatologia registra ao longo dos anos para esta época: chuva dentro da média para os meses, mas com pontos acima do esperado devido ao risco de temporais no fim das tardes.

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As tempestades começam a ficar mais comuns justamente por conta dos dias mais quentes esperados para este período. Ainda assim, podem ocorrer casos isolados de frio, com temperatura próxima e abaixo de 0°C e formação de geada, nas áreas mais altas da Serra.

No entanto, o que predomina é o calorão. Em dezembro e janeiro haverá dias consecutivos de temperatura acima de 30ºC. A chuva irregular que acompanhará os próximos meses será forte em determinados episódios, com totais elevados em curto intervalo de tempo, raios, granizo e ventania.

Volumes de chuva

Em novembro a média mensal de chuva diminui em relação a outubro, com valores de 130 a 180 milímetros. Em dezembro, as chuvas que se concentram especialmente no período da tarde e noite, em forma de pancadas passageiras típicas de verão (convecção associada ao calor). No mês do Natal os acumulados variam de 150 a 190 milímetros na Grande Florianópolis e do Extremo Oeste ao Litoral Norte, e nas demais regiões variam entre 130 a 150 milímetros. A média mensal em janeiro varia de 140 a 200 milímetros no Estado.

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