As exportações catarinenses estão crescendo, o índice de atividade econômica do Estado é nove vezes o do Brasil e a taxa de desocupação é a menor do país. Ainda assim, os industriais catarinenses devem investir menos em 2017 em comparação com 2016, impactados principalmente pela incerteza econômica.

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A expectativa, conforme pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc) divulgada nesta quinta-feira, é que 67% dos industriais façam investimentos, cujo volume deve alcançar R$ 7,3 bilhões, uma redução de R$ 300 milhões em relação ao dispendido em 2016. Para o estudo, que estreou uma nova metodologia, foram ouvidas 218 empresas de todos os tamanhos, de diferentes setores e regiões do Estado.

Apesar do pequeno encolhimento do investimento, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, ressalta que 87% das empresas participantes da pesquisa estão com capacidade de produção adequada à demanda, o que demonstra que o industrial do Estado olha para frente.

— É claro que há reflexos (da crise político-econômica), mas Santa Catarina não parou um dia sequer de trabalhar – afirma.

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O índice de intenção de investimento é o mesmo do ano passado, a diferença é que a incerteza econômica apareceu mais nas respostas dos entrevistados: foi apontada por 81% dos consultados em 2016, e por 88% em neste ano. Outros obstáculos são a burocracia (31%), o aumento inesperado do custo previsto do investimento (31%) e a reavaliação da demanda (29%).

Para quem está decidido a superar as dificuldades, o dinheiro investido se destinará principalmente à aquisição de equipamentos (75%), à ampliação da capacidade produtiva (64%) e à modernização (63%). A maior parte dos industriais do Estado, 80%, vai recorrer ao próprio capital.

Pequenas empresas investem mais no Estado

Do total a ser investido neste ano, R$6,9 bilhões devem sair das grandes empresas. Mas são as micro e pequenas que mais investem dentro do Estado: 89% dos investimentos das menores ficam em SC, enquanto 19% entre as grandes e 86% entre as médias empresas.

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No ano passado, aliás, as indústrias de grande porte baseadas em Santa Catarina investiram um volume recorde fora do país, sendo que 45% dos investimentos foram para o exterior. O número foi impactado especialmente pelas operações da BRF. Para 2017, a expectativa é que essa fatia caia para 43%.

Além de liderarem na parcela destinada ao Estado, as pequenas e micro empresas também saem na frente quando o assunto é emprego. São elas as responsáveis por mais da metade dos postos de trabalho da indústria no Estado. As grande empregam 24,6% dos trabalhadores do segmento.

Custos são obstáculo para inovar

A inovação, essencial para atividade industrial, também foi tema da pesquisa da Fiesc, que revelou que 54% das empresas do Estado investem em inovação ao adquirir maquinário e em pesquisa. Os custos desses dois investimentos foram apontados como o grande desafio. Ainda assim, os empresários têm dado mais importância ao assunto:

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— Nos últimos dez anos, o investimento em inovação vem ganhando mais expressão que o simples investimento na capacidade produtiva – diz o presidente da Fiesc.