Quem estava em São Francisco do Sul, ainda não esqueceu a correria da fuga e os momentos de pânico. Moradores de cidades vizinhas também lembram bem do desencontro de notícias e das imagens que revelavam uma cortina enorme de fumaça encobrindo a paisagem de São Chico.
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O episódio, que ganhou manchetes do País e do mundo, completa dois anos nesta quinta-feira. Foram quase três dias de grande mobilização e luta para combater o incêndio químico, originado no galpão de um terminal retroportuário da empresa Global Logística, no bairro Paulas, que armazenava material fertilizante.
Superado o susto, ainda não há certeza sobre a real dimensão das consequências do evento. Não houve perdas humanas ou grande mortandade de animais, mas o impacto na fauna e flora da região foi certificado por laudos solicitados no inquérito da Polícia Civil. A investigação indiciou os dois responsáveis pelo galpão com base em leis ambientais, mas ainda não há sentenças na Justiça.
Uma enxurrada de ações de pedidos de indenização por dano moral também chegou ao Fórum de São Francisco do Sul. Ainda hoje, a Justiça da cidade recebe quase que diariamente novas ações. Já são cerca de 6 mil pedidos. Pelo menos 2 mil deles têm sentenças publicadas.
A maioria das decisões é favorável aos autores, com exceção àquelas que não comprovaram a moradia das vítimas na região ou a necessidade de ter deixado o município nos dias do evento. As indenizações têm sido fixadas em R$ 1,5 mil (R$ 500,00 por cada dia fora de casa), mas casos pontuais podem implicar em avaliações diferentes.
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As sentenças apontam que a população teve de sair em busca de abrigo, houve paralisação de atividades e serviços essenciais, bloqueio no acesso à cidade e incerteza quanto aos riscos da fumaça, “o que gerou evidente tumulto, medo, congestionamento de veículos e insegurança durante cerca de 60 horas ininterruptas”.