Um incêndio no apartamento do colecionador de arte romeno Jean Boghici, iniciado por volta das 18 horas de segunda-feira, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, atingiu uma das mais importantes coleções particulares de quadros de artistas brasileiros no País. O acervo fica no 12º andar de um dúplex localizado na Rua Barata Ribeiro, onde mora Boghici, ex-dono da Galeria Relevo.

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De acordo com testemunhas e com a própria mulher do marchand, as chamas teriam começado no ar condicionado e se espalhado pelo apartamento. Suspeita-se que tenha havido um curto-circuito.

Entre as obras destruídas está “Samba”, de Di Cavalcanti, tomada pelo fogo. Ainda não foi divulgada a lista de obras destruídas, mas sabe-se que, no acervo do colecionados, havia obras de Tarsila do Amaral, Rubens Gerchmann e Cícero Dias, entre outros nomes importantes da arte nacional.

Borghi e a mulher conseguiram escapar sem ferimentos, mas os bombeiros demoraram cerca de duas horas para controlar o incêndio. O acesso ao apartamento foi bloqueado e moradores do nono andar em diante tiveram que permanecer fora de casa durante o combate às chamas.

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Borghi chegou a voltar ao apartamento durante a madrugada, mas os bombeiros consideraram que ainda não era possível entrar. O número de obras afetadas ainda não foi estimado.

– Ele ficou triste realmente, porque não sabe a extensão dos danos nos quadros. Inclusive havia obras que iam participar de uma exposição – disse Paulo Henrique Vilela, amigo da família.

O caso já foi registrado no 1º DP, em Copacabana, e está sendo investigado, informou a Polícia Civil. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) realizaram perícia na noite de segunda-feira no imóvel e a filha dos donos do apartamento prestou depoimento. Ela disse acreditar que, de fato, o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado.

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O delegado titular Márcio Mendonça aguarda o resultado do laudo pericial para saber se o incêndio foi criminoso ou acidental. O documento deve sair em 15 dias.