O incêndio que se alastrou pelo Parque Estadual da Serra do Tabuleiro na altura de Palhoça, na Grande Florianópolis neste fim de semana, atingiu e queimou cerca de 90 hectares. A área de vegetação protegida que sofreu prejuízos foi calculada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) nesta segunda-feira (3).
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O incêndio começou no último sábado (1º) e exigiu cerca de 19 horas de combate ao fogo pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC). A corporação chegou a mobilizar 11 viaturas, entre as quais havia quatro caminhões e um auto tanque. No entanto, o fogo só foi totalmente extinto no domingo (2).
Para avaliar a área afetada pelas chamas, o IMA realizou uma análise técnica de imagens de satélite obtidas pela Gestão de Informações Ambientais e Geoprocessamento do órgão.
Para recuperar a vegetação, o IMA planeja uma série de ações para restauração em parceira com a co-gestora da Unidade de Conservação, Instituto Çarakura, o Instituto Tabuleiro, e demais instituições que fazem parte do Plano de Contingência de enfrentamento aos incêndios na Baixada do Maciambú.
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Incêndio na Serra do Tabuleiro se alastrou a partir de fogo em entulho
Uma das medidas é intensificar a fiscalização nas imediações do parque e reforçar a conscientização da população sobre comportamentos imprescindíveis para a conservação ambiental. Entre eles estão: não realizar queimada de lixo, entulhos, bitucas de cigarro em meio à vegetação, já que a maioria dos incêndios na área são provocados por ação humana intencional.
Fogo em entulho causou incêndio
O incêndio de grandes proporções deste fim de semana pode ter sido originado de uma fogueira em um monte de entulho em uma servidão vizinha ao local, na Enseada de Brito. A hipótese sobre a causa do incêndio foi levantada pela Polícia Militar Ambiental (PMA) ao NSC Total nesta segunda-feira (3), dia em que ainda seriam feitas diligências para confirmar a suspeita.
A forte ventania da ocasião, causada por um ciclone extratropical que avançava no Sul do país, teria alastrado então o fogo da rua para a vegetação nativa da Baixada do Maciambú, como é conhecido perímetro de Mata Atlântica que divide a enseada em Palhoça da rodovia BR-101.
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A PMA também adiantou à reportagem que, uma vez identificado, o autor receberá a lavratura do auto de infração ambiental e poderá vir a responder criminalmente pelo incêndio.
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A Lei de Crimes Ambientais prevê reclusão de um a cinco anos a quem causar dano direto ou indireto às unidades de conservação (artigo 40), caso do parque estadual, e detenção de três meses a um ano, além de multa, ao autor que destruir ou danificar florestas nativas (artigo 50).
Também nesta segunda, a PMA opera voo de drone para fotografar e conseguir contabilizar o tamanho da área atingida pelo fogo. Essa atividade foi impossibilitada nos dias anteriores pelo forte vento.
Histórico de incêndios
A ocorrência deste fim de semana despertou preocupação nos moradores da região pela lembrança de incêndios anteriores. Em 2019, Palhoça chegou a decretar situação de emergência devido a um grande incêndio que atingiu o parque, consumindo 800 hectares de vegetação durante cerca de 36 horas.
Por conta do incêndio de quase quatro anos atrás, autoridades de Santa Catarina reunidas pela Defesa Civil estadual têm, desde então, um plano de contingência da Baixada do Maciambú justamente para lidar com eventuais novos casos, com a organização de uma primeira resposta.
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O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior unidade de conservação de proteção integral de Santa Catarina. Ele foi criado em 1975, com o objetivo de proteger a biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem a Grande Florianópolis e o Sul Catarinense.
A unidade é administrada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), órgão com o qual a reportagem fez contato, mas ainda aguarda eventual posicionamento. Antes de consolidar um parecer, ele esperava receber dados da PMA e do CBMSC.
Veja vídeo dos estragos por incêndio na Serra do Tabuleiro:
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