Um passageiro grego morreu neste domingo em um ferry atingido por um incêndio no canal de Otranto, entre a Grécia e a Itália, com 478 passageiros e tripulantes a bordo. Um oficial informou que o corpo foi recolhido por um barco patrulha para ser levado ao porto italiano de Brindisi, enquanto seguem os trabalhos de resgate – dificultados pelas péssimas condições climáticas.
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O passageiro grego morreu ao escorregar e cair na água com a esposa durante a operação de resgate. A mulher foi resgatada com vida e também seguiu para Brindisi. Até as 16h30min, no horário de Brasília, apenas 165 dos passageiros e tripulantes haviam sido resgatados.
O “Norman Atlantic”, ferry de bandeira italiana fretado pela companhia grega Anek, realizava o trajeto entre a cidade grega de Patras e a italiana de Ancona. A Marinha revelou que o rebocador Marietta Barretta atracou no ferry, o que permitirá estabilizar o barco e acelerar a retirada das pessoas a bordo.
Passageiro grego, Nikos Papatheodossiou disse ao canal de TV Mega que o ferry já está sendo rebocado: “avançamos a duas ou três milhas por hora, mas há muita fumaça, não sabemos por quanto tempo vamos aguentar aqui”. Segundo ele, todas as crianças a bordo, cerca de 40, já foram evacuadas.
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O ministro grego do Mar, Miltiadis Varvitsiotis, confirmou que o ferry está sendo rebocado pelos italianos, mas não informou o destino. Uma grande operação de salvamento – que reúne barcos gregos e italianos e helicópteros – trabalhou em condições muito difíceis pela manhã, com fortes ventos, chuvas torrenciais e granizo, mas a situação melhorou durante a tarde.
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A Marinha italiana enviou ao local três helicópteros, dois rebocadores equipados com dispositivos contra incêndios e quatro barcos patrulha. Duas embarcações gregas de emergência também foram enviadas para socorrer o ferry.
“Incêndio e mar agitado”
O ferry partiu do porto de Peloponeso no sábado por volta das 13h30min, no horário de Brasília, fez escala em Igumenitsa, no norte da Grécia, e deveria chegar a Ancona 24 horas depois. No entanto, por volta da meia-noite, quando estava no canal de Otranto, perto da pequena ilha de Othonoi, lançou um pedido de socorro devido a um incêndio a bordo, na garagem.
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A bordo viajavam 268 gregos, 54 turcos, 44 italianos, 22 albaneses, 18 alemães, 10 suíços e nove franceses. Também havia russos, austríacos, britânicos e holandeses.
O jornalista grego Angelos Moschovas declarou à rede de televisão Mega TV que os rebocadores conseguiram “lançar água na balsa, o que ajudou a controlar as chamas”. Os barcos de salvamento lançaram escadas aos passageiros para retirá-los, e os helicópteros também resgataram pessoas presas.
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Foto: Renato Esposito / AFP
Alguns passageiros que conversaram por telefone com os meios de comunicação gregos pareciam menos assustados com o fogo, informando que as chamas diminuíram, do que pela situação em meio ao mar agitado.
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– Todos estamos na ponte, estamos molhados, temos frio, tossimos por causa da fumaça. Há mulheres, crianças e idosos – disse o passageiro Giorgos Styliaras.
– Nossos sapatos começaram a derreter na cabine de recepção – declarou outro passageiro.
A companhia Anek divulgou um breve comunicado no qual explica de forma sucinta os acontecimentos, acrescentando que a evacuação seguia em andamento. O Norman Atlantic, propriedade da empresa italiana Visemar di Navigazione, foi construído em 2009, mede 186 metros de comprimento e pode receber 492 passageiros, segundo sites especializados. Portanto, no momento do acidente, estava com sua capacidade quase completa.
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e seu colega italiano, Matteo Renzi, estão em contato permanente.
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* AFP