O choro de Irene Bilibio, 55 anos, ao sair do carro e perceber a movimentação na rua José Antônio Borba, no João Costa, em Joinville, em frente à ladeira que leva a sua casa, revela o desespero de quem não sabe se terá forças para recomeçar pela segunda vez.

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– Ai, a minha casa. Faz seis anos só – disse, em meio a palavras tremidas.

Há seis anos, um incêndio provocado por um curto circuito destruía a casa da cuidadora de idosos pela primeira vez. Desempregada, dona Irene saiu de casa por volta das 17h30 desta segunda-feira para ir ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, onde está cuidando temporariamente do pai de um vizinho.

Mal sabia ela, que cerca de uma hora depois, a casa que ela deixara arrumadinha pegaria fogo por mais uma vez. Felizmente, o neto Andrey Bilibio, 11 anos, estava brincando na rua no momento em que o incêndio começou e não se feriu. Eram 19 horas, quando a vizinha Vilma de Souza, 47 anos, saiu do banho e, ao passar pela janela da cozinha, viu fumaça saindo da casa de dona Irene.

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– Incrível, as duas vezes fui eu que vi – conta.

Rapidamente, ela gritou para avisar aos filhos Denise, 26 anos, e Jean, 22 anos, que desceram até a casa de dona Irene e, após tirar o botijão de gás, salvaram o que puderam.

– Vimos a fumaça, meu irmão pulou o muro e conseguimos salvar a televisão, a geladeira e o fogão – conta Denise.

Segundo ela, o fogo teria começado atrás do guarda-roupa que abriga as roupas de Andrey, em um quarto da frente da casa.

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– A outra vez também foi curto, mas o fogo começou no quarto dela (Irene) – lembra Denise.

Como o fogo se alastrou rapidamente, o casal de irmãos não teve tempo de salvar a máquina de lavar roupas que dona Irene comprou recentemente. O eletrodoméstico foi a primeira coisa pela qual a moradora perguntou após enxergar o neto são e salvo vindo ao seu encontro.

– Eu desempregada, de novo não. Ainda bem que você não ficou lá dentro – disse, chorando convulsivamente.

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De acordo com o Corpo de Bombeiros Voluntários, foram utilizados 1.500 litros de água para conter o fogo. Dois caminhões foram deslocados para o local, além de um carro de apoio. Quem quiser ajudar a dona Irene, pode ligar para o telefone (47) 3466-7006.