Um incêndio atingiu uma área de vegetação na região da Lagoa das Capivaras, no bairro Pântano do Sul, em Florianópolis. O fogo começou na noite de terça-feira (1º) e só foi controlado pelos Bombeiros por volta do meio-dia desta quarta. Aproximadamente 10 hectares, equivalente a 10 campos de futebol, foram consumidos pelas chamas.

Continua depois da publicidade

Equipes dos Bombeiros iniciaram o combate ao incêndio na manhã desta quarta, com lançamentos de água feitos por caminhões, batedores e abafadores. Por causa do vento, o helicóptero não sobrevoou a área. A estratégia foi definida após a análise de imagens captadas por meio de drone.

De acordo com o comandante do batalhão do Corpo de Bombeiros de Florianópolis, Diogo Bahia Losso, apesar de distante, as equipes trabalharam para evitar que o incêndio atingisse o loteamento dos Açores.

— Agora no período da manhã a umidade relativa do ar é maior e temperatura é menor, então isso facilita o combate. Nós vamos focar neste momento, porque por volta das 13 horas é a pior situação da meteorologia. Mas nós estamos monitorando. O vento está forte, existe alerta da Defesa Civil para ventos de 60 quilômetros por hora, o que dificulta muito a nossa ação — afirma.

No local, há um aquífero que abastece a Praia dos Açores, Costa de Dentro, Costa de Cima e Pântano do Sul.

Continua depois da publicidade

Bombeiros apontam dificuldades para conter o incêndio

Os bombeiros foram acionados por volta das 21h30min de terça-feira para combater o fogo e duas guarnições foram enviadas ao local. De acordo com Losso, as características da vegetação dificultaram o trabalho de combate às chamas.

— O grande problema foi a região. O escuro da noite dificultou muito o levantamento da situação e a característica da vegetação. É capim muito seco que está queimando e produz muitas chamas. Aliado ao tipo de solo, que é alagado e dificulta a progressão dos bombeiros. Como não havia residência próximo à área que estava queimando, fomos fazendo um monitoramento dessa situação e combatendo naquilo que era possível.

A principal orientação dos bombeiros aos moradores é evitar ao máximo fazer queimadas, sobretudo nesta época do ano, de estiagem, ventos fortes e temperaturas aumentando, de acordo com Losso.

— São condições propícias para aqueles incêndios que as pessoas costumam fazer após a limpeza do terreno, de queimar folhas e galhos, ou até mesmo de renovação de pastagem, foge do controle e encontra nas condições meteorológicas a situação ideal para acontecer isso aqui. A partir do momento que tenho que mobilizar muito efetivo para um incêndio florestal, eu estou desguarnecendo incêndios em residências, além do dano ambiental, a fauna e a flora — destaca.

Continua depois da publicidade

"Só à noite eles 'botam' fogo", diz moradora da região

A faxineira Rosenilda do Prado, de 42 anos, mora na região da Costa de Cima há 15 anos. Ela conta que todos os anos o local é atingido por queimadas, mas, até hoje, nenhuma delas tinha chegado a essa proporção.

— Ano passado também teve, mas esse ano foi pior. Geralmente, só à noite eles "botam" fogo. Não sei o motivo, mas todo o ano colocam — afirma.

O comandante do batalhão do Corpo de Bombeiros de Florianópolis, Diogo Bahia Losso, diz que é comum ter incêndios que nessa época do ano, no início da primavera.

— Toda a nossa experiência de anos anteriores demonstram que os incêndios em vegetação na Grande Florianópolis são sim de causa humana, não intencional, muitas vezes. É isso que a investigação vai apurar, se foi intencional ou se o incêndio foi acidental — afirmou.

Continua depois da publicidade

Incêndio atinge vegetação no Sul da Ilha, em Florianópolis
Rosenilda mora há 15 anos no local e diz que todos os anos ocorrem incêndios na região (Foto: Gabriel Lain/DC)

Rosenilda percebeu o incêndio por volta das 21h45min, quando foi até o quintal de casa para estender roupas. Uma das preocupações é em relação à fumaça e ao vento, que pode levar as chamas para perto das casas.

— Ontem (terça-feira) o vento estava para o Norte e foi mais para as bandas do Pântano do Sul. Mas se vem o vento Sul, é perigoso vir pra cá — explica Rosenilda.

Leia também

Agosto de 2019 registrou o maior número de focos de incêndio dos últimos 8 anos em SC

Confira as últimas notícias do NSC Total

Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC