O incêndio a um ônibus na manhã desta quarta-feira no bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, pode ter sido um ato ordenado por presos do complexo prisional da Agronômica em represália a uma suposta demora no atendimento de saúde dentro da cadeia.

Continua depois da publicidade

A informação circulou entre policiais civis, agentes penitenciários e entre integrantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) durante o dia. Indagado a respeito, o delegado Verdi Furlanetto, diretor-adjunto da Polícia Civil na Grande Florianópolis, afirmou que essa suspeita também será apurada por policiais da 2ª Delegacia de Polícia, responsáveis pela investigação.

Na noite de segunda-feira, presos do complexo bateram grades e deixaram o clima tenso na prisão. O motivo, conforme o DC apurou, foi em protesto a demora a atendimento médico a um preso – a recém inaugurada unidade de saúde no local não estaria aberta em razão do ponto facultativo.

Os detentos então começaram a bater e chutar as portas dos cubículos e a gritar, cenas que rapidamente se espalharam nas demais unidades do complexo.

Continua depois da publicidade

O Departamento de Administração Prisional (Deap) garante que foi dado atendimento ao preso, o que aconteceu na noite de segunda-feira com toda a cautela necessária em razão do horário e que o fato não tem nenhuma ligação com o ônibus incendiado no Saco dos Limões.

Segundo o diretor do Deap, Edemir Alexandre Camargo Neto, o detento teve deslocamento de clavícula, foi encaminhado a uma unidade de saúde da região e passa bem.

O diretor afirma que não houve princípio de rebelião e apenas um movimento de presos chutando portas por 20 minutos, sem vítimas e sem danos graves ao patrimônio. Em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania afirmou que sete portas foram descarriladas na Central de Triagem e duas portas tiveram danos parciais na parte interna da Penitenciária.

Continua depois da publicidade

Segurança intensificada na prisão

O Deap afirma que a segurança foi intensificada no complexo com agentes penitenciários. As visitas de familiares continuam acontecendo normalmente, com exceção dos presos envolvidos no movimento que foram identificados e vão cumprir medida disciplinar.

Bandidos atearam fogo no coletivo da empresa às 4h15min de quarta-feira. Um homem armado ordenou que todos os ocupantes descessem, jogou um líquido inflamável e ateou fogo. Um comparsa o aguardava numa moto. Ninguém foi preso até a noite desta quarta.