Inauguração do Maracanã: boa da porta para dentro, confusa e repleta de obras no entorno

No seu primeiro teste antes da Copa das Confederações – o jogo festivo, no sábado, entre amigos de Ronaldo e de Bebeto – o Maracanã teve pontos positivos e negativos. Dentro do estádio, quase tudo funcionou bem, apesar da falta de água em banheiros.

Fora dele, obras e bastante confusão.

O grande problema é mesmo o entorno, ainda em obras. No sábado, a organização conseguiu amenizar a situação bloqueando todas as ruas que dão acesso ao estádio e proibindo a circulação de carros particulares. O jeito foi utilizar transporte público até os pontos de bloqueio e depois caminhar. Para os convidados, centenas de vans partiram do Sambódromo fazendo o trajeto até o Maracanã. Com a capacidade reduzida, cerca de 27 mil torcedores – operários do estádio e seus familiares -, ficou mais fácil fazer o controle.

A homenagem a eles foi bonita. O operário Antônio Pereira deu o pontapé inicial do jogo, no intervalo Ronaldo pegou o microfone e fez um elogio:

– Vocês são os verdadeiros heróis, o estádio está lindo.

No momento do Hino Nacional, houve vaias. Culpa da ideia da organização do jogo, que colocou cada artista com a camiseta de um dos quatro times do Rio: Fernanda Abreu (Vasco), Ivan Lins (Fluminense), Eduardo Dusek (Botafogo) e Sandra de Sá (Flamengo) – as torcidas adversárias vaiavam cada vez que cada um deles cantava solo.

Com a bola rolando o time de Ronaldo venceu o de Bebeto por 8 a 5 – grandes atuações de Renato Portaluppi e Djalminha. O primeiro gol foi marcado por Washington. Apesar de ter sido confirmado por Bebeto na sexta-feira, Romário, crítico do valor gasto na obra, não apareceu. A presidente Dilma Rousseff chegou com o ex-presidente Lula e sentou ao lado do governador Sergio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, mas todos foram embora antes do intervalo.

Em um teste que não testou muito – não foram verificados os serviços de lanchonetes, o funcionamento das bilheterias e catracas e o acesso dos torcedores por todas as rampas do estádio, que estava apenas 30% lotado -, o Maracanã mostrou que ainda precisa muito trabalho antes do próximo jogo, dia 15 de maio, quando o Flamengo enfrenta o Campinense pela Copa do Brasil (caso não elimine o campeão nordestino no primeiro jogo). Sem falar no amistoso entre Brasil x Inglaterra, dia 2 de junho, que terá lotação máxima.

O QUE FUNCIONOU

– O gramado estava impecável.

– A iluminação e o sistema de bom estiveram perfeitos.

– Os vestiários são amplos e modernos.

– Confortáveis, as cadeiras garantem ótima visão para o campo.

O QUE NÃO DEU CERTO

– Não havia água nos banheiros.

– Elevadores não funcionaram.

– A imprensa ficou numa área sem acesso a membros do governo e aos vários setores inacabados do estádio.

– O jogo era para convidados, mas havia cambistas vendendo convites na rua.