Após ter parte das operações suspensas por ordem da Justiça do Trabalho, devido ao acidente que matou um operário na madrugada do último sábado, as obras na Arena da Amazônia retornaram ao ritmo normal na quarta-feira. Com a paralisação do trabalho, a Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa) disse que vai conversar com a construtora Andrade Gutierrez para definir um novo prazo de entrega da obra. A previsão inicial de conclusão seria na quinta-feira passada.
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O operário Marcleudo de Melo Ferreira, 22 anos, natural de Limoeiro do Norte, no interior do Ceará, morreu depois de cair de uma altura de 35 metros quando fazia sinalização para a colocação de um telão no estádio. A semana foi tensa por conta dos acontecimentos na obra que receberá a Copa do Mundo em Manaus. Depois da morte do trabalhador, outro funcionário, José Antônio do Nascimento, de 49 anos, morreu depois de sofrer um infarto.
Após paralisação e inspeções, Justiça autorizou retomada de obras
Nascimento trabalhava na limpeza e terraplenagem do Centro de Convenções da Amazônia, obra erguida ao lado da Arena, que servirá como centro de mídia durante o Mundial da Fifa. Ainda no sábado, a Justiça do Trabalho do Amazonas determinou a interdição das obras feitas na cobertura do estádio. A construtora foi notificada da decisão judicial no domingo pela manhã.
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Na segunda-feira, os operários cruzaram os braços em protesto contra falta de segurança e excesso de trabalho. Eles reclamam de uma suposta jornada de trabalho de 12 horas diárias, totalizando 60 horas semanais, além da falta de pagamento de horas extras. Ainda na segunda, o Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma série de inspeções nas obras. Foi constatado que a construtora Andrade Gutierrez descumpria, de acordo com relatório preliminar do MPT, 63 das 64 normas de proteção à saúde e segurança dos trabalhadores. O levantamento completo será divulgado em 30 dias.
A Juíza do Trabalho Margarete Dantas Pereira Duque, autorizou, na quarta, o retorno total das atividades na arena amazonense. A única modificação ficará por conta dos trabalhos realizados no anel superior do estádio, que não mais poderão ser feitos à noite.
A primeira morte registrada na Arena da Amazônia ocorreu no dia 28 de março deste ano. O operário Raimundo Nonato de Lima da Costa, de 49 anos, caiu de uma altura de cinco metros e sofreu morte instantânea, segundo o Instituto Médico Legal (IML), por conta de traumatismo craniano.
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