O índice de inadimplência nas contas de condomínio em Joinville, que já estava alto, entre 10% e 20%, chegou a 30% neste ano, informou o presidente do Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias (Secovi-Norte), Jorge Arnaldo Laureano. Segundo ele, o principal motivo alegado para a dificuldade de pagamento é a perda do emprego.

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Empresas como a Ágata Administração de Condomínios ouvem este argumento frequentemente. A gerente comercial da Ágata, Raquel Marcílio Costa, afirma que a maioria dos clientes justifica os débitos atrasados dizendo que um dos contribuintes está desempregado. O estabelecimento administra 35 condomínios voltados, principalmente, para as classes B e C.

– No setor empresarial, a inadimplência é menor, mas no residencial é algo estrondoso desde março – afirma a gerente.

Ocorrências em que o atraso chega a dois meses cresceram 15% desde março nesta administradora, e o número de clientes que não conseguem pagar na data do vencimento, mas dão um jeito de acertar as contas ainda dentro do mês subiu 30% no período.

– Alguns que nunca tinham atrasado o pagamento agora deixam um mês em aberto e pagam no outro – afirma Raquel.

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Para evitar cobrança judicial, os clientes tentam negociar o parcelamento da dívida junto à administradora, e essa é a recomendação do Secovi para quem vive situação semelhante: não deixar passar muito tempo, procurar logo a renegociação da dívida. Cada condomínio tem seu próprio regulamento aprovado e vai saber lidar com a situação, explica Laureano.

Menos manutenção

À medida que a preocupação financeira dos clientes aumenta, o comportamento em relação à manutenção dos edifícios também se modifica. Raquel Costa observa que, em 2014, as assembleias de condomínio costumavam aprovar obras de melhoria normalmente. Em 2015, ela diz que o ritmo diminuiu, mas os proprietários continuavam com o desejo de manter as instalações em ordem. Já em 2016, a prioridade passou a ser o menor custo possível com taxa de condomínio, e as assembleias não estão aprovando mais as benfeitorias que precisam ser feitas, fazendo cair o custo com manutenção dos edifícios.