A inadimplência dos consumidores brasileiros caiu em todas as comparações realizadas pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em abril. No mês passado, a queda foi de 7,87% na comparação com março e de 3,93% na comparação com idêntico mês de 2009. No primeiro quadrimestre do ano, a queda está em 3,18% ante período de janeiro a abril do ano passado.
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– Tradicionalmente, a inadimplência cresce nos primeiros meses do ano porque o consumidor, já endividado com as compras natalinas, tem o orçamento ainda mais comprometido por um acúmulo de despesas, como pagamento de impostos e matrículas escolares – comentou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
As mulheres continuam a ser apontadas como as mais inadimplentes (57,59%). Em relação à faixa etária, 27,43% dos que não honraram seus pagamentos estão entre 30 e 39 anos.
– O brasileiro é bom pagador. Não paga quando não tem renda – afirmou Pellizzaro.
Emprego e renda
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O emprego e a renda continuarão a sustentar os bons números de venda e inadimplência para o comércio varejista até o final do ano, na avaliação de Pellizzaro.
– O quadro está muito bom e tende a melhorar – estimou.
Ele salientou que os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram a robustez desse mercado. Só em março, foram criados, segundo o governo, 266 mil postos de trabalho formal.
– O brasileiro vem tendo confiança de que não vai perder o emprego, então toma crédito mais forte. Principalmente o emprego formal. Isso vem fazendo com que a inadimplência caia – acrescentou.
O presidente da CNDL foi questionado a respeito da nova estimativa feita pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, de que o Brasil gerará este ano 2,5 milhões de novas vagas de trabalho formal.
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– Isso é música para nossos ouvidos – comemorou.
Um evento citado por Pellizzaro e que confirma o bom momento do comércio foi o Dia das Mães. De acordo com a CNDL, houve aumento de 9,43% de consultas ao SPC nos 10 dias que antecederam a data.
– A expectativa, já otimista, era de um crescimento de 8% – comparou.
Pellizzaro Junior salientou que a tendência é de maior crescimento até o final do ano porque o segundo semestre é historicamente melhor do que a primeira metade do ano.
– E este ano tem Copa do Mundo – disse.
Para ele, a crise na Europa, principalmente na Grécia, não deve atrapalhar o bom momento do setor no Brasil.
-A principal locomotiva do Brasil é o mercado interno, que tem se mostrado positivo. Não temos falta de liquidez. Ao contrário, o Banco Central está tendo que aumentar a Selic para esfriar isso – comentou.
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