É inegável o avanço que um investimento desse porte proporciona ao Estado de Santa Catarina.

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Reconhecida nacionalmente pela competitividade, a economia catarinense ganha um reforço importante a partir de hoje com a inauguração da fábrica da BMW, na região norte de SC. Depois de uma longa negociação entre comitivas do governo estadual e da cúpula da montadora alemã – que consumiu 529 dias desde o contato inicial até o esperado anúncio sobre a definição da sede da unidade, em abril do ano passado-, a gigante multinacional inicia a produção de veículos de luxo com a expectativa de mexer significativamente com a economia do Estado. É inegável o impulso econômico que uma empresa desse porte do setor automotivo proporciona, com impacto positivo na geração de empregos e na melhoria da qualidade de vida do catarinense.

Além da movimentação diretamente relacionada ao negócio da BMW, com reflexos significativos no caixa do poder público, a chegada dos empreendedores alemães certamente impulsionará outras atividades. Empresas menores, como hotéis e transportadoras, tendem a gravitar em torno da montadora com a abertura de novas vagas no mercado de trabalho. Parcerias com instituições de ensino, para a criação de disciplinas, instalação de laboratórios e cursos de especialização voltados às demandas da fábrica, serão consolidadas para o aperfeiçoamento crescente e permanente da mão de obra do Estado. Sem falar no estímulo alvissareiro para a área de pesquisa em ciência e tecnologia.

A decisão da empresa de estabelecer-se na pequena Araquari – que deve ter o PIB aumentado em 300% em 10 anos – também evidencia características positivas de Santa Catarina que tiveram peso na queda de braço com outros Estados, como a qualidade de vida proporcionada aos funcionários e executivos, o número de leitos hospitalares, o panorama da educação e a relação com o meio ambiente. Não foi, portanto, uma escolha respaldada apenas em informações técnicas e nos benefícios fiscais oferecidos pelo Estado.

O momento de comemoração e de otimismo não pode, no entanto, encobrir preocupações permanentemente destacadas pelo setor produtivo. Afinal, se o Estado evidenciou ser terra fértil para a atração de um investimento dessa dimensão, imaginemos o poder de atração que teria se os governos tivessem feito a lição de casa atacando os históricos e graves problemas de infraestrutura e de logística que atrasam o nosso desenvolvimento.

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