“Um esporte de brutos jogado por cavalheiros”. Com essa frase o famoso político britânico Winston Churchill definiu o rugby décadas atrás, uma atividade que exige força, mas que preza pela disciplina e respeito. Nascido na Inglaterra, o esporte chegou ao Brasil junto do futebol, mas passou longe de fazer o mesmo sucesso que sua variação com os pés. O rugby é um dos jogos mais praticados no mundo e com algumas das maiores competições registradas. Sua origem vem, segundo a história mais repetida, do ano de 1823, quando um garoto em uma escola na cidade de Rugby, na Inglaterra, segurou a bola com os braços durante uma partida de futebol e, ao invés de fazer um passe, correu sozinho para o ataque.
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::: Seleção brasileira de rugby treina em Blumenau para amistoso sábado contra a Alemanha
Como uma variação do nosso futebol e do futebol americano, o rugby virou um sucesso. A Copa do Mundo da modalidade, disputada a cada quatro anos, é considerada o terceiro maior evento esportivo do mundo, atrás somente das Olimpíadas e da Copa do Mundo de futebol. A última vez que o esporte participou de uma olimpíada, no entanto, foi em 1924, nos jogos de Paris. Mas assim como um outro esporte nascido na Inglaterra que no Brasil encontrou sua fama, é em terras verde-amarelas que o rugby vai voltar aos olhos do mundo, na Olimpíada do Rio de Janeiro, no ano que vem.
Atualmente o Brasil ocupa a 39ª posição do ranking mundial de rugby – que é liderado pela Nova Zelândia – mas vê o esporte crescer a cada ano. De acordo com dados da Confederação Brasileira, são cerca de 3,2 milhões fãs de rugby e mais de 60 mil atletas no país. Como parte importante desse desenvolvimento e um dos estados que mais se destacam no esporte está Santa Catarina. Terra do Desterro, de Florianópolis, um dos melhores times de rugby do país e ponto de origem de atletas para a seleção nacional. E por falar em seleção, é também em Santa Catarina, mais precisamente em Blumenau, que os Tupis – como são chamados os atletas verde-amarelos – recebem a equipe da Alemanha (30ª do ranking mundial) para um amistoso amanhã, no Estádio do Sesi.
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– Santa Catarina é um dos principais Estados que temos no rugby brasileiro, tanto como celeiro de atletas como em estrutura de clubes. Há no Estado qualidade tanto nos jogadores de alto rendimento quanto no desenvolvimento de novos atletas – conta Agustin Danza, argentino que comanda a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu).
Capital tem um dos seis CTs criados pela confederação
É em Florianópolis que funciona uma das seis “Academias Top 100”, criadas pela CBRu para desenvolver atletas da modalidade no Brasil. Lá, jogadores são convidados pela confederação para treinar e desenvolver o físico e as habilidades. Além disso, meninos e meninas a partir dos 15 anos também participam de programas de formação de atletas. Não é a toa que dos 29 jogadores convocados pela seleção para o amistoso deste fim de semana, sete são de Santa Catarina.
– Atualmente o capitão e o vice-capitão da Seleção Brasileira são de Florianópolis. É um esporte crescente no Estado e, certamente, delegações internacionais que vêm para a Olimpíada irão treinar por aqui – diz o diretor de torneios da CBRu, Bernardo Duarte.
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E não só em Florianópolis o esporte vem se desenvolvendo. Atualmente, existem times organizados em cidades como Blumenau, Balneário Camboriú, Brusque, Chapecó, Itajaí e Itapema. Para os atletas do Blumenau Rugby, time da cidade, a expectativa é de casa cheia no sábado e ansiedade para a visibilidade que o evento dará ao esporte:
– É um evento inédito aqui que traz muita expectativa para todos nós. Acredito que é um divisor de águas no rugby de Blumenau, para nós que estamos podendo acompanhar de perto os jogadores da seleção e também para quem quer conhecer o esporte. Fizemos um trabalho de divulgação do evento em algumas empresas esta semana e muitos ficaram interessados em saber como funciona o rugby de Blumenau – conta Ruan Waiss, atleta da equipe de Blumenau.