O indiciamento de Jair Bolsonaro pela Polícia Federal (PF) repercutiu na imprensa internacional nesta terça-feira (19). O ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19. As informações são do g1.
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O indiciamento significa que a PF reuniu elementos suficientes para acusá-lo dos crimes. Outras 16 pessoas também foram indiciadas, incluindo Mauro Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República.
Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro
New York Times, EUA
O jornal americano The New York Times deu evidência à utilização do certificado pelo ex-presidente para viajar aos Estados Unidos no final de 2022.
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“A polícia brasileira acusou o Sr. Bolsonaro de ordenar a um assessor de alto escalão que obtivesse registros falsificados de vacinação contra a covid-19 para ele e sua filha, de 13 anos, no final de 2022, pouco antes de o ex-presidente viajar para a Flórida, onde ficou por três meses após sua derrota nas eleições”, escreveu o jornal.
O veículo ainda disse que a PF espera resposta do Departamento de Justiça dos EUA para saber se Bolsonaro de fato usou o certificado falso de vacinação para entrar no país, o que poderia resultar em novas acusações criminais contra o ex-presidente.
The Guardian, Reino Unido
O jornal britânico The Guardian disse que o indiciamento da PF contra Bolsonaro é “a primeira acusação formal para o líder de extrema-direita em apuros, com outras possíveis ainda por vir”.
O The Guardian ainda relembrou o modo como Bolsonaro tratou a vacina e a pandemia, incluindo os e-mails da Pfizer que seu governo ignorou.
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“Durante a pandemia, Bolsonaro foi um dos poucos líderes mundiais que se opôs à vacina, desafiando abertamente as restrições de saúde e encorajando a sociedade a seguir seu exemplo”, escreveu o jornal.
El País, Espanha
O jornal espanhol El País disse que além do indiciamento da PF por dois crimes que Bolsonaro teria cometido, o ex-presidente também é investigado por golpismo e pela apropriação de joias sauditas dadas como presente ao Estado brasileiro.
O texto também dá evidência ao fato das investigações contra Bolsonaro estarem ganhando tração e traz a resposta do ex-presidente em que fala que ele nunca se vacinou e que isso não era segredo para ninguém, mas sem dar detalhes de como o registro de vacinação teria aparecido no sistema do SUS.
Clarín, Argentina
O jornal argentino Clarín deu destaque ao depoimento de Mauro Cid à PF, que explicitou o envolvimento do ex-presidente no esquema: “ele deu a ordem”, escreveram no título, citando fala de Cid.
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O Clarín também evidenciou a rede do esquema de falsificação dos certificados, que “envolveu militares, assessores, políticos e médicos (…) e que supostamente beneficiou Bolsonaro e seu entorno mais próximo” com “o objetivo de permitir que seus beneficiários contornassem as restrições sanitárias em outros países durante a pandemia.”
The Washington Post, EUA
O jornal The Washington Post, dos EUA, chamou Bolsonaro de “anti-vax”, expressão utilizada para pessoas que não acreditam em vacinas e se popularizou durante a pandemia de covid-19. O veículo também deu evidência ao fato dele utilizar o certificado forjado de vacinação antes de visita aos Estados Unidos.
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