Se na letra fria da lei o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, marcado para esta quarta-feira, é considerado uma mera formalidade de defesa, na prática talvez seja o acontecimento político-midiático de maior barulho na história recente de Curitiba (PR). O desembarque em massa de profissionais de imprensa é mais uma evidência de que os olhos do país estão voltados para a capital da Lava-Jato. E não será uma cobertura jornalística qualquer.

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Coube ao comando-geral da Polícia Militar do Paraná distribuir as credenciais dos profissionais envolvidos. Mas, em vez da organização comum a um quartel, o que se viu foi uma sequência de confusões envolvendo policiais encarregados de entregar as identificações diante de um batalhão de jornalistas de todo o país.

Até as 21h desta terça-feira, centenas de crachás eram impressos às pressas por uma gráfica e entregues à sede do quartel. Não havia certeza sobre o número de profissionais ou veículos cadastrados. O despreparo da PM, que ficou encarregada de apoiar a Justiça Federal, colaborou para que o tumulto impedisse a distribuição por ordem alfabética ou sequência de chegada.

Além dos grandes veículos de comunicação brasileiros e de praticamente toda a imprensa do Paraná, a fila ainda incluía pequenas rádios gospel, emissoras evangélicas, grupos independentes, blogueiros, assessores de parlamentares e até nomes como a TV árabe Al Jazeera.

Surpreendidos pela demanda de credenciais, que não parava de aumentar, os policiais apenas afirmavam que o trabalho de distribuição entraria na madrugada se fosse preciso. Haverá restrição a qualquer veículo e pedestres não identificado nos arredores da Justiça Federal durante todo o dia de hoje. Até mesmo o uso de drones será proibido. O acesso ao prédio da Justiça Federal será vetado a qualquer pessoa que não tiver relação direta com a sessão. Telefones celulares serão recolhidos durante a sessão. As demais atividades no fórum serão suspensas.

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