Uma empresa de importação de produtos hospitalares com unidade em Joinville cancelou contrato com a Veigamed após a investigação envolvendo a compra de respiradores no Estado. A unidade da Oltramed, responsável pelo cancelamento, informou que havia realizado a negociação de compra de testes rápidos entre os dias 6 a 28 de abril, antes de se tornar pública a não entrega do primeiro lote dos respiradores por parte da Veigamed ao estado.

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Por meio de nota de esclarecimento, a empresa salientou que o contrato com a Veigamed não tem qualquer relação com a compra dos respiradores e que o cancelamento do contrato foi uma iniciativa da própria empresa Oltramed. Para a compra dos testes rápidos, a empresa havia realizado depósito do valor integral de R$ 11 milhões em juízo à Veigamed, e o cancelamento do fornecimento foi motivada única e exclusivamente, segundo a nota, pela revelação do envolvimento no escândalo.

A empresa de Joinville ainda explicou que a decisão de depositar os recursos em juízo foi adotada em consenso com a Procuradoria Geral do Estado e o Ministério Público de Santa Catarina, para que a juíza responsável pelo caso possa conceder o destino adequado dos valores, assegurando a garantia de retorno de, pelo menos, parte dos recursos relacionados à investigação da compra dos respiradores. Em nota, a empresa ainda reforça que nenhum teste havia sido entregue para a Veigamed, uma vez que o prazo para o fornecimento do primeiro lote estava previsto para os primeiros dias de maio.

A Oltramed tem foco na importação de produtos hospitalares, principalmente aparelhos para laparoscopia (cirurgia por vídeo) e insumos para ortopedia e urologia. A empresa atua em todo o território nacional para a realização das atividades de armazenamento, distribuição, expedição e importação de produtos hospitalares, como por exemplo, testes rápidos de Covid-19.

Relembre o caso

Durante a pandemia do coronavírus, o governo de Santa Catarina adquiriu um lote de 200 respiradores ao custo de R$ 33 milhões. O pagamento foi feito antecipado, com dispensa de licitação por causa da emergência de saúde, mas, os equipamentos, que deveriam ter sido entregues no início de abril, ainda não chegaram. O caso veio à tona após reportagem do site The Intercept Brasil.

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O governo de SC iniciou o processo de compra por meio da dispensa de licitação em 26 de março, e homologou a escolha da empresa já no dia seguinte. Contratada para prestar o serviço, a empresa Veigamed, com sede em Nilópolis (RJ), não tem respiradores entre os produtos oferecidos em seu site.

As denúncias resultaram no pedido de exoneração do então secretário de Saúde Helton Zeferino, que deixou a pasta. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) também abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a compra dos respiradores.

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