O avanço da medicina tem melhorado significativamente a rotina de pacientes com mal de Parkinson. Rodrigo Cano Zoppas, 35 anos, leva uma vida ativa graças a um recurso altamente eficaz: a estimulação elétrica de alta frequência, enviada por meio de eletrodos implantados no cérebro. A técnica, conhecida como DBS (na sigla em inglês, Deep Brain Stimulation) já é largamente utilizada no país.

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Como o cérebro funciona pela condução de impulsos elétricos, os eletrodos atuam em regiões onde a enfermidade provocou a degeneração e morte dos neurônios produtores de dopamina. Em cerca de seis horas de cirurgia, condutores com um milímetro de diâmetro (o equivalente a grossura de um fio de cabelo) são introduzido em um orifício de 14 milímetros aberto no crânio. Para que estes eletrodos – que agem como condutores de descargas elétricas, compensando a ausência de dopamina – não saiam do lugar, uma trava é colocada na entrada do corte.

Rodrigo, que começou a desenvolver a doença aos 15 anos, conta também com a ajuda do videogame Wii, que permite que ele faça fisioterapia sozinho, em casa, jogando.

– Ele passa o dia ligado nesse jogo, tem vários avatares – diz a mãe Ângela.

O procedimento é indicado apenas para a minoria dos casos, quando os medicamentos não promovem a melhora. O procedimento cirúrgico é caro (cerca de 40 mil dólares, unilateral, e bilateral, cerca de 60 mil dólares).

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– Os principais planos de saúde cobrem este procedimento – afirma o neurocirurgião Telmo Reis, que implantou o DBS em Rodrigo.

Atualmente, 70 pacientes gaúchos têm o dispositivo implantado. A técnica – feita desde 2005 no Hospital Moinhos de Vento, na Capital – é muito precisa e traz excelentes resultados, segundo Reis.

Como encarar a doença

:: Mostre-se disponível para ouvir e ajudar

:: Deixe o paciente falar da doença com tranquilidade

:: Dê acolhimento, mas sem tolher a capacidade de decidir

:: Permaneça atento para que a depressão não agrave ou se torne crônica, mas aceite os momentos de tristeza

:: Se não mora na mesma casa, faça visitas frequentes e mostre interesse no bem-estar do paciente

Medicamentos

:: Levodopa – transforma-se em dopamina no sistema nervoso central e atenua os sintomas causados pela falta desse neurotransmissor. É considerada a medicação mais eficaz.

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:: Agonistas dopaminérgicos – simulam a ação da dopamina no cérebro, com menos efeitos colaterais.

Cirurgias

:: Palidotomia – produz uma pequena lesão cerebral de tamanho controlado em áreas selecionadas, melhorando a atividade das vias motoras e os sintomas.

:: Estimulação cerebral profunda – eletrodos enviam estímulos elétricos, diminuindo complicações motoras.

O que ajuda

:: Ter diagnóstico correto

:: Contar com o apoio da família

:: Receber atenção multidisciplinar

:: Ser acompanhado por um psicólogo ou um psiquiatra

:: Reconhecer e tratar a depressão, a ansiedade e a perda cognitiva

:: Propiciar informações completas sobre a doença – tanto para o paciente quanto para a família e cuidadores

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:: Conter a dor e outros desconfortos, como distúrbios do sono, do sistema digestivo e a perda da autonomia

:: Exercícios de fisioterapia, que devem ser realizados diariamente

:: Adaptar a casa para as limitações do paciente