"Por decisão nossa, não teremos mais nenhuma lombada eletrônica". Essa foi a frase dita por Jair Bolsonaro em uma transmissão realizada na noite de quinta-feira (7), pela sua página no Facebook. Bolsonaro comentou sobre a fiscalização nas rodovias brasileiras e classificou as lombadas eletrônicas, utilizadas como redutores de velocidade, como "fonte de lucro" das empresas. Ele afirmou ainda que "quando for perdendo sua validade, [as lombadas eletrônicas] não serão renovadas".
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Em Santa Catarina, desde 2002 as lombadas eletrônicas estão proibidas por lei nas rodovias estaduais. A medida, entretanto, contribuiu para o aumento dos indicadores estatísticos nas rodovias estaduais catarinenses de acordo com o comandante da PMRv, coronel José Evaldo Hoffmann Júnior.
— Ela [a lei] urge ser revogada para que a fiscalização seja retomada. Veja que não se fala em punição e sim em fiscalização. Impedir a fiscalização é péssimo para os números de mortes já que dá ao motorista a sensação de impunidade — afirma.
Conforme dados da PMRv, o último ano antes da lei que proíbe as lombadas eletrônicas entrar em vigor em Santa Catarina foram registrados 2.518 acidentes com feridos nas rodovias estaduais, menor número até hoje. Dessas, 213 pessoas não resistiram às lesões e morreram naquele ano, sendo que apenas em 2016 o indicador foi mais baixo.
A violência nas estradas estaduais cresceu nos anos seguintes, com mais de 4 mil acidentes com vítimas sendo registrados no Estado a partir de 2005 — sequência que durou dez anos. O recorde negativo foi 2011, quando houve 4.574 colisões com pessoas feridas e 357 mortes nas SCs.
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A situação mudou a partir de 2015, quando iniciou o período de queda no número de acidentes e óbitos. Em 2018 foram 3.265 acidentes com feridos — o menor indicador desde 2004 — e 228 mortes.
— Estes dados comprovam o perigo que é para as rodovias estaduais a falta das lombadas eletrônicas — afirma Evaldo Hoffmann.
Conforme o comandante da PMRv, o aumento da segurança nas rodovias estaduais é consequência da fiscalização mais efetiva com o radar móvel — que permanece até hoje. No entanto, de acordo com Evaldo Hoffmann, os aparelhos têm sido insuficientes para reduzir a velocidade nesses locais.
— Já foram registrados, somente neste início de 2019, 211 km/h na SC-486, entre Itajaí e Brusque, 212 km/h na SC-114 em Palmeira e 191 km/h na SC-401 em Florianópolis. Estes são alguns dos exemplos de imprudência, mesmo com toda ostensividade da fiscalização — finaliza.
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