O efeito imediato das manifestações deste domingo será dentro do Congresso, acelerando o processo de impeachment. Já há quem aposte que, depois do tamanho dos protestos contra a presidente Dilma, o processo esteja concluído na Câmara e no Senado em no máximo 60 dias. A aliados do PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirma que coloca o plenário para votar em 40 dias. É dessa pressa que o governo tem medo. A insatisfação tomou conta das ruas, alimentada pelas últimas notícias envolvendo o presidente Lula. Além da indignação com os atos de corrupção, há também o quadro econômico. Enquanto sobe a inflação e aumenta o desemprego, o governo Dilma não consegue reagir. A única novidade apresentada dos últimos dias foi a possibilidade de transformar Lula em ministro. Quem já estava descontente, ficou indignado. Para completar, as manifestações ocorreram em um momento crucial, para Dilma, às vésperas do julgamento no STF dos embargos do rito do impeachment. Na noite de ontem, Dilma reuniu 10 ministros para avaliar os próximos passos. À prova de que o governo está sem rumo é que ainda havia petista defendendo que a saída é colocar Lula em um ministério dentro do Palácio do Planalto. Será o abraço dos afogados.

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FORA DO BARCO

Depois das manifestações, integrantes da cúpula do PMDB já consideram resolver sobre o desembarque do governo antes de 30 dias. Esse foi o prazo determinado na Convenção do partido. No encontro, nenhum ministro peemedebista defendeu o governo. Aliás, já tem ministro se preparando para limpar as gavetas.

LÍNGUA SOLTA

Quando os presidentes Eduardo Cunha (Câmara), Renan Calheiros (Senado), o vice-presidente, Michel Temer, e José Sarney subiram no palanque da Convenção, um peemedebista protestou em alto e bom som:- Aí é todo mundo ladrão!O descontente era o deputado estadual gaúcho Edson Brum.

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E O FUTURO?

Os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves foram vaiados. Michel Temer não empolga. Se houver o impeachment, qual liderança política vai emergir da crise? No fim, não pegou bem esse exército de deputados e senadores que resolveu tirar uma casquinha das manifestações.