Tanto a equipe da presidente Dilma Rousseff quanto os líderes de oposição já trabalham pela votação final do processo no Senado, quando serão necessários dois terços do plenário para aprovar o impeachment. A primeira etapa, sob a responsabilidade da comissão especial, já é considerada perdida pelo Palácio do Planalto. O relatório do tucano Antonio Anastasia (MG) será pela admissibilidade. A oposição, por sua vez, não terá dificuldade em conseguir maioria simples para a aprovação no plenário, o que deve ocorrer em 12 de maio. A partir dessa data, a presidente se afasta do Planalto e o vice, Michel Temer, assume. Dilma transformará o Palácio da Alvorada em um bunker de resistência, ao lado do ex-presidente Lula, na tentativa de garantir o apoio dos senadores na votação derradeira, Não será tarefa fácil, ainda mais se Temer conseguir mostrar serviço nas primeiras semanas de governo. Se o PMDB patinar na largada, aumenta a esperança de Dilma. A guerra de verdade ainda vai acontecer. Ouça o comentário desta terça-feira:
Continua depois da publicidade
ALVO
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) está entre os parlamentares cobiçados pela oposição e pelo governo. Isso porque ele não esconde que votará pela admissibilidade, mas que acena aos dois lados, dizendo que não resolveu quanto ao mérito do impeachment. A quem pergunta, ele diz que listou cerca de 20 motivos para votar contra e outros 20 a favor.
GÊNERO
A equipe de Michel Temer está em busca de uma mulher para assumir um ministério de ponta. Até agora, as listas de notáveis sugeridas por conselheiros e partidos são todas formada por homens.
Continua depois da publicidade
VAI ATRÁS
Ficou com o próprio senador José Serra (PSDB-SP) a missão de pacificar os tucanos e conquistar uma carta de alforria para participar do governo Temer, se houver aprovação do relatório da comissão especial do impeachment. Preocupado com a governabilidade, não interessa ao PMDB conviver com o PSDB rachado.
CORTANDO AS ASAS
Quem conhece o PSDB afirma que o senador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) aceitarão que Serra ganhe um ministério. Mas há uma condição: a pasta não pode servir de trampolim para uma candidatura à Presidência da República.