O relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) a favor da admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff já era esperado, até mesmo pelo governo. Aliado de primeira hora do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Jovair nunca escondeu que seguiria esse caminho. A gritaria e as confusões na comissão fazem parte da pressão. Mas o que vale mesmo é o plenário da Câmara. Enquanto Jovair falava, oposição e governo fechavam mapas e faziam o diabo para conquistar votos, de cargos na Esplanada para votar a favor de Dilma a vantagens para não aparecer em Brasília no dia D. Em meio a esse leilão, a decisão do PP de não desembarcar do governo foi recebida com fogos pelo Planalto. Na ânsia de segurar o impeachment, o governo chega ao cúmulo de embalar o Ministério da Educação para entregar de presente ao partido de Paulo Maluf (SP). O vale-tudo é geral. Ouça o comentário:

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ALÔ

O grupo de parlamentares pró-impeachment ganhou um reforço de luxo. Segundo seus integrantes, o vice-presidente Michel Temer entrou na força-tarefa, ligando para os deputados e pedindo votos.

ESCONDE-ESCONDE

O PDT calcula que consegue assegurar ao governo 17 votos, entre contrários ao impeachment e ausências no dia da votação. A bancada conta com 20 deputados e a orientação da cúpula é a seguinte: quem não assumir o voto a favor do governo, que fique em casa.

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ESTICA E PUXA

Em pé de guerra, a cúpula do PMDB prepara não só a expulsão dos ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), mas também o afastamento deles enquanto os processos não chegam ao fim. A permanência dos ministros acabou esvaziando a decisão do desembarque.

FOGAÇA VOTA

Depois de 45 dias de recuperação de uma operação cardíaca, o deputado José Fogaça (PMDB-RS) volta a Brasília no próximo sábado. Ele estará na sessão do plenário da Câmara que votará o impeachment e já se manifestou pelo afastamento da presidente Dilma. Nos mapas da oposição, o nome dele já está marcado em azul.