O processo de impeachment do prefeito Antônio Ceron (PSD), já afastado do cargo em Lages e preso atualmente, foi barrado na Câmara dos Vereadores do município nesta segunda-feira (13). O Plenário do Legislativo rejeitou a abertura de uma Comissão Processante que conduziria o eventual afastamento em definitivo – o cargo é ocupado pelo então vice-prefeito Juliano Polese (Progressistas).
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Era necessária uma maioria simples de votos favoráveis para que a tramitação avançasse, ou seja, de nove dos 16 vereadores do município serrano de Santa Catarina. No entanto, foram nove votos contrários.
A sessão que reprovou a abertura da Comissão foi tumultuada e com protestos contra a condução do presidente da Casa, Aldori Antonio Freitas (MDB), já que opositores do prefeito pediam uma votação nominal, o que não ocorreu.
O pedido de impeachment foi levado ao Legislativo pelo vereador Jair Júnior (Podemos), no último dia 6, e seria justificado pela prisão de Ceron em meio à Operação Mensageiro.
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Na ocasião do pedido, a defesa do prefeito Antônio Ceron havia comunicado, por nota, que não iria se manifestar por conta do sigilo do processo do qual ele é alvo na Justiça.
Relembre o caso
Ceron foi preso preventivamente no último dia 2, na segunda fase da Operação Mensageiro. Na ocasião, o então prefeito de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa (PL), e outras duas pessoas também foram detidas. Além disso, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão.
A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac). O objetivo dela é apurar a suspeita do cometimento dos crimes de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro em contratos públicos de coleta e destinação de lixo em várias cidades catarinenses.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os pedidos de prisão à Justiça foram feitos após análise dos depoimentos das testemunhas e dos próprios investigados, além da avaliação de provas que foram coletadas na primeira fase da operação, que ocorreu em 6 de dezembro do ano passado.
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A investigação se desenrola há pouco mais de um ano e é coordenada pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPSC. Desde então, também foram presos preventivamente os prefeitos Deyvison Souza (MDB, Pescaria Brava), Luiz Henrique Saliba (PP, Papanduva), Antônio Rodrigues (PP, Balneário Barra do Sul) e Marlon Neuber (PL, Itapoá).
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