O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff chegou oficialmente ao Senado nesta segunda-feira, horas depois de ser aprovado em sessão histórica na Câmara. Para formalizar o avanço de estágio, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha, se reuniram para conversar sobre o andamento do caso. Renan prometeu dar continuidade aos trabalhos conforme o regimento.

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— Nós pretendemos, mais do que nunca, fazer isso com absoluta isenção e total neutralidade. Nós temos pessoas que pedem para agilizar o processo. Mas não poderemos agilizar o processo de tal forma que pareça atropelo, nem delongar de tal forma que pareça procrastinação – afirmou Renan.

Ele fará uma reunião com os senadores na terça-feira, às 11h, para discutir questões como o calendário, proporcionalidade de indicações para as 21 vagas da comissão de impeachment e procedimentos para instalação e eleição de presidente e relator. A votação final pode ficar para setembro.

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Pressionado pelo resultado expressivo na votação da Câmara, com derrota do governo com 25 votos a mais do que os 342 necessários, o presidente do Senado sinalizou que não está disposto a atrasar o processo para ajudar Dilma, que o chamou para uma reunião na tarde desta segunda-feira.

— (Vamos fazer) O mais rapidamente possível (eleição da comissão), mas depende desse calendário que combinaremos amanhã (terça) com os líderes partidários. Ainda não cogitamos nomes, essa tarefa não é do presidente. É dos lideres partidários, que poderão conversar entre si de modo a criar condições políticas para eleger o presidente e o relator – explicou.

Renan evitou falar em datas para votações, mas oposicionistas como Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) pressionam por celeridade. Eles dizem que o peemedebista precisa cumprir os prazos, com leitura do relatório nesta terça e instalação da comissão 48 horas depois.

— Na pior das hipóteses, no dia 11 de maio, por maioria simples, vamos afastar a presidente Dilma do cargo – afirmou Cássio.

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Cunha, após o encontro com Renan, também opinou pela rapidez dos trâmites.

— A demora é muito prejudicial ao país, você tem um governo que ficou meio governo a partir de ontem (domingo). (…) Isso tem consequências. Para que essa paralisia não se prolongue, o ideal é que dentro da legalidade, do regimento e da constituição, seja feito o mais célere possível, não com objetivo de chegar a qualquer resultado, mas chegar a um resultado, seja ele qual for, para que a vida do país possa voltar à normalidade. A representação do governo na Casa deixou de existir. Passou a ser uma situação difícil. Eu acredito que nenhuma matéria relevante na Câmara vai ser votada enquanto esse processo não terminar – avaliou Cunha.

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* Zero Hora, com Estadão Conteúdo