Um impasse sobre o terreno onde fica a cachoeira da Costa da Lagoa impede que a Associação de Moradores do bairro amplie a sinalização e a fiscalização para evitar acidentes, como o que causou a morte de uma jovem de 23 anos neste domingo. O topo da cachoeira fica a oito metros de altura e o acesso é possível através de duas trilhas. Quatro placas alertam sobre o perigo, mas não têm sido suficientes para evitar acidentes graves. O número de vítimas no local chegou a dez com a morte neste fim de semana.
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O presidente da Associação, Amadeu Donato da Conceição, afirma que os moradores já tentaram ampliar o número de placas e têm a intenção de contratar pessoas para orientar os turistas, mas não sabem de quem é o terreno onde fica a cachoeira. Havia um rumor de que o local seria do Estado, porém a Associação foi atrás e não conseguiu revelar o mistério.
– Eles dizem que não sabem de quem é o terreno, mas toda vez que tentamos fazer algo os órgãos ambientais vêm em cima. O certo mesmo era cercar lá em cima – diz da Conceição.
Segundo Savas Laureano, cuja família mora há mais de dois séculos na Costa, nem mesmo os nativos costumam subir no local. Ele conta que a trilha foi aberta quando os moradores viviam da criação de gado na Costa. Os animais pastavam até o topo da cachoeira e utilizavam o caminho. A família dele chegou a perder vacas que iam tomar água no córrego e caiam da cachoeira.
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Com os perigos e o fim da atividade, a trilha foi se fechando. Segundo ele, o acesso é difícil e não é possível subir pelas pedras. A mata fechada, porém, não impede que algumas pessoas se aventurem. Por esse motivo, a associação de moradores já cogitou a possibilidade de fechar com cercas o local.
– Lá de cima a vista é panorâmica. Dá para ver a Costa e a Praia do Moçambique. Mas para ver é preciso subir nas pedras. Quando está sol, parece que elas estão secas, mas, na verdade, estão com limo. E é assim que as pessoas costumam cair – revela o morador.
A orientação que os moradores e comerciantes passam aos turistas é que evitem subir acima da piscina natural. Laureano afirma que outras quedas ocorrem nessa área, mas são menos graves e, muitas vezes, geram apenas arranhões.
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