Enquanto a Secretaria de Saúde do Estado e servidores em greve não entram em acordo, pessoas que precisam de atendimento médico é que sofrem o maior impacto durante o cruzar de braços nos hospitais da rede na Grande Florianópolis.

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Com grande parte dos serviços paralisados, a maioria dos pacientes não recebe atendimento e é encaminhada para UPAs, postos de saúde e para o Hospital Universitário (HU).

Além da demanda extra, mesmo não estando em greve, o HU sofre com a falta de médicos. O único hospital federal do Estado teve aumento de 50% em atendimentos na emergência. De acordo com o diretor do HU, Carlos Alberto Justus da Silva, a estrutura atual não está conseguindo dar conta da demanda.

Funcionários teriam pedido desligamento, alegando sobrecarga de trabalho, e o plantão é realizado por um único médico, boa parte da semana.

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– E o governo não está autorizando a reposição de pessoal – complementa.

Pior para quem vem de longe

A aposentada Ana Montagna esperava que o marido fosse prontamente atendido, mas não foi o que aconteceu. Eles vieram de Chapecó em busca de um tratamento especializado. Bastante abatido, Ademir Montagna está com princípio de pneumonia, em decorrência de uma doença neurológica.

– Mesmo tratando-se de um caso urgente, estamos esperando há mais de uma hora – disse Ademir.

Frustração após a viagem

Nos hospitais da Grande Florianópolis não são apenas os moradores da região os afetados pela greve. Referência em atendimento em diversas especialidades, as instituições recebem pacientes de todo o Estado.

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Nesta quarta-feira, uma van com oito pessoas chegou ao Hospital Regional de São José, vinda de Petrolândia – Alto Vale do Itajaí. O motorista aguardava dois pacientes, que tinham consulta marcada, mas ainda não sabiam se seriam atendidos. Conforme conta o motorista da van, Gervásio Bueira, 48 anos, essa é a segunda vez que estes pacientes tentavam atendimento.

– Na semana passada eu trouxe o pessoal para cá, mas foi em vão. Eles tinham consulta marcada e confirmada. Quando chegamos até aqui falaram que tinham sido canceladas – disse.

Orientação

Na entrada da emergência do Hospital Regional de São José os grevistas orientam quem chega para ser atendido. Porém, só entra quem estiver precisando urgentemente de socorro. Foi o caso do pai da dona de casa Elaine Borges João, 27 anos, que chegou ao local com suspeita de infarto e foi encaminhado para atendimento.

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Como estão os atendimentos nos hospitais em greve

– Hospital Governador Celso Ramos

Funcionam: atendimentos de neurologia, oncologia e outros que demandam riscos para a saúde e três das sete salas do centro cirúrgico.

Não funcionam: ambulatório e setor de ortopedia.

– Maternidade Carmela Dutra

Funcionam: setores de emergência, centro cirúrgico, sala de parto, unidades de internação e demais setores.

Não funcionam: cirurgias eletivas (que podem esperar), radiografia e ultrassonografia.

– Hospital Infantil Joana de Gusmão

Funciona: uma das três salas do centro cirúrgico.

Não funciona: atendimento ambulatorial.

– Hospital Nereu Ramos

Funcionam: atendimentos de emergência e urgência, como casos de pneumonia, HIV e Gripe A.

– Hospital Regional de São José

Funcionam: emergências pediátrica, oftalmológica e obstétrica.

Não funcionam: consultas.