Deficientes auditivos de Criciúma, região e extremo Sul de Santa Catarina terão que aguardar um pouco mais para receber atendimento próximo de casa. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) diz que falta atualização documental e treinamento, para que o serviço comece a funcionar. São pelo menos 200 pacientes ao mês que precisam se deslocar e fazer o tratamento em Florianópolis, embora Criciúma já tenha uma clínica montada para isso.
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Recentemente, a Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma foi informada pelo Estado que o serviço ainda não poderia funcionar. A clínica está pronta e equipada desde o ano passado, e a secretária Francielle Gava questiona a demora na liberação. Segunda ela, o município tem os certificados da Comissão Intergestores da Regional de Saúde (CIR) e da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), e o serviço foi autorizado em dezembro do ano passado.
— Eles disseram que estava tudo certo, troca governo, secretário, e quer recomeçar o processo de saúde auditiva. O treinamento já solicitei, porém o plano de desenho regional não compete mais a nós. São 27 municípios de duas regiões, não queremos dinheiro novo, somente o valor que hoje é repassado que venha para a clínica aqui — explicou a secretária.
Ela lamenta que a demora faça com que crianças e idosos, que são a maioria dos pacientes dessa especialidade, tenham que se deslocar longas distâncias. Segundo ela, o Estado solicitou um prestador SUS, a clínica está pronta e os profissionais pagam aluguel desde setembro, porém o serviço não tem data para iniciar.
De acordo com o superintendente de serviços especializados e regulação da SES, Ramon Tartare, o plano de ação da rede de deficientes é de 2013, e precisa ser atualizado. Ele explica que a CIR deve acrescentar a informação sobre os atendimentos para deficientes auditivos, e que a área técnica necessita dessa informação para encaminhar a demanda ao Governo Federal.
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— Outra pendência é que esse serviço precisa ser regulado, pacientes precisam respeitar fila por questão de transparência e equidade no atendimento. Precisamos oferecer o treinamento ao gestor municipal e ao prestador do serviço, e isso ainda não foi feito — explicou.
Se o serviço via Sistema Único de Saúde (SUS) não estiver habilitado, os atendimentos não são reconhecidos e não é possível conseguir o custeio dos mesmos, explica Tartare. Ele ressalta que a SES tem total interesse em descentralizar os atendimentos e diminuir a ambulacioterapia, e que o serviço não foi negado, porém terá que esperar.
— Somos favoráveis à existência do serviço sim, mas desfavoráveis temporariamente ao início das atividades pois não queremos iniciar de maneira turbulenta. Tem que ser de uma maneira onde todo rito processual seja obedecido para não ter problema futuro. Não posso fazer de qualquer jeito e daqui a pouco ter que parar — explicou o superintendente.