Os impactos da operação padrão, deflagrada hoje nos aeroportos brasileiros pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), em parceria com o dos aeronautas, só devem começar a ser sentidos pela população a partir desta sexta-feira. A expectativa é da presidenta do SNA, Selma Balbino, que acredita que a mudança da rotina dos trabalhos deverá causar atrasos de até duas horas em voos com conexões, além de cancelamentos.

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A categoria decidiu fazer a ‘operação de não colaboração’ depois que a reunião com representantes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), ontem, para negociar os reajustes salariais terminou sem avanços. Conforme Selma Balbino, entre as reivindicações está o aumento de 30% nos pisos salariais e de 15% para as demais faixas; além de melhoria nas condições de trabalho.

– Os trabalhadores fazem horas extras excessivas, dobram suas jornadas, não conseguem tirar o horário de lanche de 15 minutos ou o horário integral de almoço. Durante a operação, eles não vão colaborar com nada e farão exatamente o que manda o manual, além de não aceitar mudanças repentinas de escala, o que vem acontecendo constantemente – afirmou.

Segundo ela, a situação é agravada pela falta de profissionais, estimada em cerca de 2 mil trabalhadores apenas entre os aeronautas, categoria que inclui comissários, comandantes e pilotos. Os aeroviários são os funcionários que atuam em terra, como mecânicos de manutenção, despachantes técnicos, agentes de check-in, entre outros.

Para o diretor administrativo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Arturo Spadale, entidade que representa os interesses das companhias aéreas, a operação é “prematura”, já que as negociações ainda estão em curso.

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– A nossa proposta é de reposição imediata pelo INPC para não prejudicar os funcionários. Além disso, achamos mais conveniente mudar a data-base de dezembro para abril, quando poderíamos discutir as outras reivindicações sem prejuízo para os passageiros, que viajam mais nesta época do ano – destacou.