Uma ação na manhã deste sábado levou um pouco de solidariedade para pessoas em situação de rua em Florianópolis. A iniciativa partiu de um venezuelano que trabalha na Associação Braços Abertos (ABA), que administra o centro municipal de atendimento a pessoas em situação de rua da Capital, em espaço na Passarela Nego Quirido: os voluntários colocaram seus dons à disposição – enquanto uns cortavam cabelos, outros se dedicavam ao preparo do almoço, que teve frango, arroz, salada de maionese.

Continua depois da publicidade

Os moradores tiveram a oportunidade de experimentar a culinária típica da Venezuela, como o papelón, bebida refrescante feita à base de rapadura. Também degustaram os tequenhos, uma espécie de rolinho de massa. A iniciativa teve apoio dos voluntários do Círculos de Hospitalidade, organização que trabalha com ações humanizadas para imigrantes e refugiados.

> Rumo ao Guiness Book: conheça o vereador de SC eleito para o 11º mandato consecutivo

De acordo com Bruna Kadletz, coube ao Círculos dar apoio, ajudar no preparo dos alimentos e adquirir as iguarias dos imigrantes venezuelanos que já trabalham com a gastronomia típica. A motivação do idealizador Luís Navarro foi de demonstrar gratidão ao Brasil e apoiar pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social na cidade:

– Nós estamos precisando, mas precisamos ajudar quem precisa também.

Continua depois da publicidade

Os voluntários colocaram seus dons à disposição - enquanto uns cortavam cabelos, outros se dedicavam ao preparo do almoço
Os voluntários colocaram seus dons à disposição – enquanto uns cortavam cabelos, outros se dedicavam ao preparo do almoço (Foto: Círculos de Hospitalidade/Divulgação)
Os moradores tiveram a oportunidade de experimentar a culinária típica da Venezuela
Os moradores tiveram a oportunidade de experimentar a culinária típica da Venezuela (Foto: Círculos de Hospitalidade/Divulgação)

É o caso de Leandro, natural de Bagé, no Rio Grande do Sul. O rapaz está há uma semana no abrigo mantido na passarela:

– Vim com a cara e a coragem em busca de emprego. Na viagem, roubaram meus documentos e pertences. Agora estou vendendo bala nas ruas e tentando guardar um dinheiro para comprar um celular. Hoje foi uma das melhores comidas que já comi. Nunca tinha comido o tequenho e achei uma delícia.

> Bolsonaro minimiza questões raciais e diz que lugar de quem prega discórdia “é no lixo”

Jéssica, venezuelana, 41 anos, está há duas semanas em Florianópolis com seu esposo, dois filhos e um primo. Estão em situação de rua e abrigados no hotel providenciado pela Prefeitura. Para ela, a ação é importante por ser uma oportunidade de retribuir o apoio que recebe do povo brasileiro:

Continua depois da publicidade

– A gente se sente útil em poder contribuir. Estamos ansiosos para conseguir um emprego para melhor a nossa qualidade de vida, e entendemos bem a situação de quem vive como esta gente, em vulnerabilidade.

Jéssica, venezuelana, 41 anos, está há duas semanas em Florianópolis com seu esposo, dois filhos e um primo
Jéssica, venezuelana, 41 anos, está há duas semanas em Florianópolis com seu esposo, dois filhos e um primo (Foto: Círculos de Hospitalidade/Divulgação)