Um imigrante que estava retido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos,precisou ser isolado por suspeita de Mpox (varíola dos macacos). O Ministério da Saúde foi notificado sobre o caso e aguarda os exames para saber se o passageiro de fato está com a doença. A informação foi confirmada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao g1.
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O imigrante faz parte de um grupo de 507 pessoas que estão retidas no terminal 3 do Aeroporto, à espera de entrar no Brasil. O passageiro chegou no país no dia 14 de agosto, e estava retido em uma área restrita para pessoas que esperam refúgio no país.
Em nota, a Anvisa disse que uma equipe do Posto da Anvisa no Aeroporto de Guarulhos foi acionada no domingo (25) pelo serviço de saúde local após identificarem que um dos passageiros tinha sinais e sintomas compatíveis com Mpox.
A Anvisa disse que o imigrante foi imediatamente notificado e o caso foi encaminhado para isolamento e realização de exames no serviço de saúde do município de Guarulhos. Posteriormente, o paciente foi transferido para o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista.
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Ainda conforme a Anvisa, o órgão entrevistou os outros viajantes no local, aplicou 397 questionários, mediu a temperatura e verificou sinais da doença na pele.
“Nenhum novo caso foi encontrado. Além disso, foram implementadas medidas ambientais de limpeza e desinfecção no local. A Anvisa reafirma seu compromisso em comunicar prontamente e tomar medidas adequadas para proteger a saúde pública e manter a segurança nos aeroportos”, afirmou, em nota.
O g1 também entrou em contato com o Ministério da Saúde, que informou que o paciente está “em bom estado”, isolado em um hotel da região, onde ficará retido até que saiam os resultados dos exames. A área de estrangeiros inadmitidos no Aeroporto passou por uma desinfecção.
Imigrantes retidos no Aeroporto
No dia 21 de agosto o Ministério Público Federal convocou uma reunião para analisar o caso dos mais de 500 imigrantes retidos no Aeroporto de São Paulo. A Defensoria Pública da União pediu que fosse criada uma sala de situação que monitore o fluxo de entrada e saída do país em tempo real.
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O Aeroporto se comprometeu em assegurar as condições básicas de higiene e alimentação para as pessoas. O Ministério da Justiça se comprometeu a encaminhar reforço de servidores para atendimento emergencial, tanto nos trabalhos de processamento dos protocolos de refúgio quanto para a segurança no local.
A Polícia Federal informou, em nota, que desde o mês de julho vem sendo observado crescimento no fluxo de viajantes que chegam em trânsito internacional, mas que deixam de seguir viagem, não podendo ingressar no Brasil por falta de visto. Com isso, segundo a PF, terminam por solicitar refúgio visando entrar no Brasil ainda que sem a documentação pertinente.
O que é a Mpox?
Segundo o site da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a Mpox, antes conhecida como varíola dos macacos, é uma doença causada pelo vírus Monkeypox. Ela é classificada como uma zoonose viral, já que é originalmente de animais, mas pode ser transmitida de animal para pessoa e entre pessoas.
Segundo a OPAS, os principais sintomas da Mpox são: febre, dores de cabeça intensa, dor muscular, fadiga, gânglios linfáticos inchados, erupções e lesões cutâneas. Essas lesões tendem a aparecer 3 ou 4 dias depois da aparição da febre, podendo ser planas ou elevadas e tendo um líquido claro ou amarelo dentro. A quantidade de erupções e lesões cutâneas varia de caso para caso.
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De acordo com a OPAS, as pessoas podem transmitir a Mpox enquanto estiverem com sintomas da doença. As formas de transmissão em geral são o contato com fluidos das pessoas infectadas seja através de beijos, relações sexuais sem proteção, pus e sangue das feridas. Por isso, a doença pode se propagar em locais onde a saúde é mais precária, quando, por exemplo, não há um descarte correto dos utensílios hospitatalares.
Sintomas da Mpox
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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