O prédio que um dia abrigou a fábrica da Cristal Blumenau sofre com a ação de vândalos. Imagens feitas pelo fotógrafo Patrick Rodrigues nesta semana mostram o cenário de abandono e a destruição da estrutura física. 

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Para a administradora da massa falida, a situação não é uma novidade. Um levantamento feito em julho mostrou que janelas, portas, fiação elétrica, telhado e outros bens que existiam na sede da empresa foram furtados.

A Cristal Blumenau parou de funcionar em 2018 e no começo deste ano teve decretada a situação de falência. Uma Administradora Judicial foi nomeada em junho passado para acompanhar o caso, fazendo o levantamento de bens da empresa. 

Apesar de o prédio estar em péssimo estado, os três terrenos onde era a Cristal Blumenau ainda possuem valor de mercado e serão leiloados. O dinheiro eventualmente obtido será usado no pagamento de dívidas. 

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Veja imagens do antigo prédio da Cristal Blumenau

A trajetória da Cristal Blumenau

A Cristal Blumenau surgiu em 1967 e inicialmente se chamava Cristais Estrela D’Alva – o novo nome foi adotado em 1972. Depois de anos dourados, sobretudo na década de 1980, quando recebia a visita de clientes de todo o Brasil, a empresa, assim como todo o setor de cristais, sentiu os efeitos da abertura do mercado

A chegada ao país de copos e taças importados de vidro, mais baratos, altos custos de produção e carga tributária elevada pesaram contra.

A empresa chegou a anunciar o encerramento das atividades e a encaminhar um pedido de autofalência no início de 2018, depois de já ter cogitado a medida outras vezes. Na época, a Cristal Blumenau já tinha dificuldades para pagar em dia os cerca de 150 funcionários. 

Uma nova diretoria, no entanto, tomou posse para tentar resgatar o negócio. A loja de fábrica chegou a ser reaberta e a produção foi retomada em abril daquele ano, mas não durou muito tempo. Alguns meses depois, em outubro, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi negado pela Justiça.

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Com a falência, a Cristal Blumenau segue o mesmo caminho de outras empresas do ramo, como a Strauss, que tinha 200 funcionários e fechou as portas em 2016. Antes, em 2009, a Cristais Hering também já havia encerrado as atividades, à época com 180 funcionários.

Sem elas, restam empresas como Mozart e Di Murano, que seguem na ativa preservando a arte da lapidação artesanal do cristal.

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