Passaram a noite na prisão as 20 pessoas detidas na terça-feira acusadas de envolvimento com a adulteração do leite UHT com substâncias como soda cáustica, água oxigenada e formol. Imagens gravadas durante a investigação do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) comprovam a denúncia apresentada ao Ministério da Agricultura há aproximadamente cinco meses.

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Imagens que serviram de provas para comprovar a adulteração do leite mostram claramente momentos em que funcionários acrescentam líquidos de cor transparente e esbranquiçada no caminhão que transporta o alimento.

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Em outro flagrante o funcionário lava as mãos e braços sobre o leite armazenado no caminhão. Na manhã de terça-feira, vinte pessoas foram presas suspeitas de participarem da adulteração de leite no Oeste catarinense e no RS. Elas teriam ligação com duas empresas, a Laticínios Mondaí e a Laticínios Lajeado Grande.

– Fomos de uma ponta a outra, foram presos desde proprietários, diretores e funcionários de laboratórios que agora terão que responder à Justiça – declara o promotor da comarca de Xanxerê, Eduardo Sens dos Santos, que participou das investigações.

O promotor de Xanxerê explica que as duas empresas envolvidas industrializavam e comercializam em torno de 70 mil litros de leite por dia, cada uma. Boa parte do alimento era vendido para grandes empresas nacionais onde a responsabilidade está sendo apurada pelo Ministério Público de SC.

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Com a prisão dos envolvidos a operação “leite adulterado I e II” entra em uma segunda fase, que é o processo judicial dos que foram detidos. O coordenador regional do Gaeco na Região Oeste, Fabiano Baldissarelli, informa que tem dez dias para entregar as denúncias para início da ação penal.

– Começamos a interrogar os envolvidos e até sexta-feira devemos concluir esta etapa – estima o coordenador.

:: Veja as imagens capturadas durante a investigação:

Sobre a denúncia, o Ministério da Agricultura emitiu nota oficial afirmando que intensificou as ações de fiscalização a partir de 2012, na Operação Leite Adulterado I e II. As prisões no Oeste de SC e no RS resultam destas investigações:

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Os indícios encontrados até o momento indicam que as fraudes que estão sendo praticadas têm por objetivos principais mascarar problemas de qualidade ou mesmo garantir a manutenção da “qualidade” exigida pelos compradores durante todo o percurso da viagem até o seu destino e, em alguns casos, também o aumento de volume. Os principais produtos adulterantes suspeitos nestes casos seriam o peróxido de hidrogênio, a soda cáustica, o álcool etílico e o citrato.

Confira a íntegra do comunicado.