A ilha turística portuguesa da Madeira, conhecida como “a pérola do Atlântico”, foi duramente atingida por incêndios devastadores que chegaram até a sua capital, Funchal, deixando três mortos e dois feridos graves e forçando a evacuação de mil pessoas até esta quarta-feira.

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“É com um aperto no coração que assisto ao que se passa na Madeira (e em outros pontos do país)”, afirmou o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, o mais famoso dos nativos dessa ilha, em sua página oficial no Facebook.

“Muita força para todos e um obrigado aos bombeiros que têm a coragem de arriscar as suas vidas para salvar tantas outras. Estou convosco!”, acrescentou o astro do Real Madrid e campeão da Europa com Portugal em julho passado.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou à ilha à noite e elogiou “a coragem da população, a eficácia dos serviços de resgate e a solidariedade mostrada por todos”.

O primeiro-ministro português, Antonio Costa, deverá chegar à Madeira na quinta-feira.

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Enquanto a situação parecia controla na Madeira na noite de quarta-feira, no norte do território continental português as chamas continuavam fazendo estragos.

O governo português solicitou a ajuda dos outros Estados europeus, e o mecanismo europeu de proteção civil “foi formalmente ativado”, disse à AFP um responsável do Ministério do Interior.

Um avião bombardeiro de água italiano foi posto à disposição de Portugal, assim como os dois aviões Canadair cedidos pela Espanha, em virtude de um acordo bilateral entre os vizinhos ibéricos.

O Marrocos também se mostrou disposto a ceder dois aviões Canadair suplementares, anunciou a ministra do Interior portuguesa, Constança Urbano de Sousa.

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Turistas evacuados

Na Madeira, as três vítimas fatais morreram em seus imóveis, perto do centro histórico do Funchal, a capital regional, atingido pelas chamas na noite de terça-feira.

Um hotel situado na parte alta da cidade ficou destruído e outros se tornaram combustível para as chamas.

Ricardo Correia, funcionário do hotel Castanheiro, no bairro histórico do Funchal, explicou à AFP que “o fogo de ontem à noite a cem metros do hotel e as explosões de botijões de gás” foram determinantes para ordenar a evacuação.

“Evacuamos por precaução nossos 140 clientes”, que passaram a noite em um estádio do oeste do Funchal, disse. “A situação se acalmou nesta manhã e os clientes estão voltando pouco a pouco ao estabelecimento”, acrescentou.

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Situado a 500 quilômetros da costa do Marrocos, o arquipélago português da Madeira atrai todos os anos, com suas paisagens vulcânicas e seu clima ameno, milhares de turistas estrangeiros, a metade deles britânicos ou alemães.

“Mil pessoas tiveram que ser evacuadas de casas e hotéis, moradores e turistas”, indicou o prefeito do Funchal, Paulo Cafofo, citado pela agência Lusa.

Trezentas pessoas foram alojadas no estádio de Barreiros e outras 600 em um quartel do exército português, onde dormem em catres.

“Todos os turistas evacuados foram realojados”, afirmou nesta quarta-feira a presidente da Associação de Comércio e Indústria do Funchal, Cristina Pedra, citada pela Lusa.

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“A situação é difícil”, mas os turistas “se mostraram compreensivos e não registramos cancelamentos de reservas”, acrescentou.

Os bombeiros trabalharam a noite toda para proteger a parte antiga do Funchal.

“Eu achava que já tinha vivido o pior nesta cidade”, lamentava um morador, lembrando as inundações e os deslizamentos de terra que deixaram mais de 50 mortos na Madeira em 2010.

Lisboa enviou um reforço de 120 efetivos composto por bombeiros, médicos e gendarmes; enquanto o arquipélago português dos Açores, no Atlântico, mandou outros 30.

Em Portugal continental, devido aos grandes incêndios florestais registrados desde o fim de semana passado, o alerta de incêndio continuará sendo entre “muito elevado” e “máximo” até sexta-feira.

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Na noite de quarta-feira, cerca de 2.700 bombeiros continuavam combatendo uma dúzia de incêndios.

Os incêndios foram declarados na noite de segunda-feira na zona alta da cidade. A situação se degradou bruscamente na noite de terça-feira devido ao forte vento.

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