Mesmo após o decreto do presidente Jair Bolsonaro que incluiu igrejas como serviços essenciais, líderes religiosos das três maiores cidades de Santa Catarina sinalizaram que vão manter a suspensão de cultos e missas. O entendimento geral é de que é preciso manter o isolamento e evitar aglomerações como forma de evitar a propagação do novo coronavírus no Estado.
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Em Florianópolis, a Arquidiocese destaca que “nada muda”, apesar do decreto. A alegação, conforme assessoria de imprensa, é de que a circunscrição estadual da Igreja Católica vai seguir as orientações do governo do Estado e do Ministério da Saúde. O mesmo vale para as igrejas evangélicas. Conforme o pastor Renato dos Santos, do Conselho de Pastores da Capital (Conpaf) e presidente da Comunidade Cristã Nova Geração, a determinação é de que não haja cultos:
— Podemos abrir para atender pessoas e para orações individuais. A orientação que temos do governo do Estado é para que esses encontros tenham, no máximo, duas pessoas por vez. Reuniões ainda não estão liberadas — afirma.
Na maior cidade do Estado, Joinville, a Diocese deixou a decisão de abrir ou não as igrejas para orações individuais para cada pároco. Mesmo assim, a maioria optou por manter as portas fechadas. Os poucos que abriram precisam manter regras sanitárias rígidas. Missas, celebrações, encontros e reuniões continuam suspensos. Já o Conselho de Pastores da cidade aguarda uma decisão da Secretaria de Saúde. Enquanto isso as congregações permanecem sem cultos.
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No Vale do Itajaí não é diferente. Em Blumenau, dois dos principais templos da cidade, a Catedral São Paulo Apóstolo e o Santuário Nossa Senhora Aparecida, não terão missas ou encontros. Os locais, porém, permanecem de portas abertas para os que individualmente quiserem rezar. O mesmo vale para a Ordem dos Ministros Evangélicos (Omeblu). O presidente Vilmar Floriano, diz concordar que igrejas são “um pronto-socorro espiritual”, mas reforça que é preciso primeiro cuidar das pessoas.
— Vamos priorizar a prudência, com a liberdade para aqueles que quiserem orar individualmente, mas com muita prudência — reforça Floriano.
O decreto
O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto que torna as atividades religiosas parte da lista de atividades e serviços considerados essenciais em meio ao combate ao novo coronavírus. Por conta disso, os templos estão autorizados a funcionar mesmo durante restrição ou quarentena em razão do vírus. Segundo o texto, porém, o funcionamento da atividade religiosa deverá obedecer as determinações do Ministério da Saúde.