A Diocese de Blumenau fez críticas nesta sexta-feira (18) ao padre Fabian Marcelo Capistrano pela presença em manifestação em frente ao 23º Batalhão de Infantaria, no Distrito do Garcia. O ato reúne bolsonaristas contrários à vitória de Lula sobre Bolsonaro nas Eleições 2022.

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Um vídeo que circula nas redes sociais mostra que o sacerdote discursa e abençoa os manifestantes com o Santíssimo Sacramento. Em nota, a Igreja Católica afirma que a atitude é “grave e inconveniente” e ressalta que o símbolo religioso é restrito a rituais específicos dentro dos templos cristãos.

“Padre Fabian levou o Santíssimo Sacramento para uma manifestação política e deu a bênção. Isso é grave e inconveniente. Somente em alguns momentos religiosos é permitido tal rito”, diz a nota.

O texto é assinado pelo bispo da Diocese, Dom Rafael Biernaski, e ressalta que é vedada a participação de padres em manifestações com tom político-partidário. A nota é enfática ao dizer que a prática é “proibida aos clérigos” e cita o Código de Direito Canônico. “Padre Fabian prometeu obediência, renunciando à sua autonomia, no momento de sua ordenação. Portanto, ele não pode fazer o que bem entender”, complementa o texto.

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Durante o ato em frente ao quartel, Padre Fabian chegou a promover uma espécie de “missa” em cima de um carro de som na Rua Amazonas. Antes de dar a palavra, porém, o religioso pediu que “as Forças Armadas salvem o Brasil contra o comunismo” e repete cinco vezes a expressão “SOS Forças Armadas” em frente ao público.

No texto em resposta ao ato de padre Fabian, o bispo Dom Rafael Biernaski afirma que o chamará para uma conversa e desmente a informação de que o sacerdote teria sido expulso da Igreja Católica.

Procurado, padre Fabian Marcelo Capistrano se manifestou em nota em que não se retrata com a Diocese de Blumenau e afirma “ser contra o comunismo na América Latina, seus ditadores e ideologias anticristãs”. Capistrano afirma que foi à manifestação em frente ao Batalhão de Infantaria por conta da “grande presença de católicos romanos” e que continua o sacerdócio na cidade.