A poderosa Igreja Católica da Croácia pediu neste sábado a proibição de uma obra de teatro de um diretor polêmico que representa Jesus Cristo estuprando uma mulher muçulmana.

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“Nossa violência e sua violência”, de Oliver Frljic, aborda a crise dos refugiados na Europa e deve ser apresentada na segunda-feira em um festival de teatro na cidade costeira de Split.

Esta obra já foi apresentada na Croácia e em outros países europeus, provocando indignação e polêmica, especialmente pela cena na qual Jesus Cristo estupra uma mulher muçulmana que usa um hijab.

Em outro ato, uma atriz nua, também com um véu islâmico, tira a bandeira nacional da vagina.

“Instamos a todos os responsáveis (…) a tomar medidas para que (a obra) não ofenda as pessoas nem humilhe a cultura”, disse em um comunicado a arquidiocese regional de Split.

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A peça “ofende Deus, o homem e a nação”, disse o texto, acrescentando que a obra já tinha “provocado uma condenação local e internacional”.

O comunicado foi dirigido ao ministro da Cultura, às autoridades de Split e ao teatro nacional da cidade onde a peça será apresentada.

Um partido ultraconservador anunciou um protesto em frente ao teatro na segunda-feira, argumentando que a obra “ofendia da forma mais brutal os sentimentos religiosos e morais dos cristãos, muçulmanos e outros cidadãos croatas”.

As peças de teatro de Frljic, que abordam temas como a religião e o nacionalismo, já provocaram polêmica e indignação no passado.

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Em fevereiro, promotores poloneses abriram uma investigação sobre sua obra “A maldição”, que mostra sexo oral representado em uma estátua do falecido papa João Paulo II e cenas de sexo com cruzes.

Cerca de 90% da população da Croácia, de 4,2 milhões de habitantes, é católica.

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